13.6.06

CHRISTIAN DIOR


A marca CHRISTIAN DIOR é um ícone da moda de alta costura. Afinal é impossível imaginar a história da moda sem o estilista Christian Dior. Ele inventou o chamado “New Look”, que ao longo de sua história fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. A marca é, talvez, a mais influente e chique do fascinante e extravagante mundo da moda de luxo. Fruto de uma cabeça criativa e inovadora, que adorava romper e quebrar tendências. Moda para mulheres, homens, crianças, além de joias e perfumes incríveis, relógios, maquiagens, acessórios e muito estilo. A DIOR é um império do luxo, admirada e desejada no mundo inteiro. 

A história 
Considerado o new look da moda internacional até hoje, Christian Dior (foto abaixo) era uma pessoa de temperamento difícil e complicado, apesar de tímido, mas conhecia como poucos seu ofício quando desenhava croquis para a alta costura francesa. O estilista nasceu na cidade de Granville, pequeno balneário conhecido como a “Mônaco do norte da França”, em 21 de janeiro de 1905. Na época a família Dior tinha uma boa situação financeira, fazendo parte da burguesia rica, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que lhe garantiu uma infância e juventude tranquila, permitindo contato com uma boa educação e, inclusive, acesso às artes desde cedo. Seriam as roseiras de sua mãe, Madeleine, que inspirariam o futuro estilista a criar seus modelos florais e orientais para, como dizia ele, “embelezar as mulheres”. Mesmo com o grande interesse em artes, especialmente o desenho, estudou ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir carreira diplomática. Após terminar o curso, gastou seu tempo viajando pela continente europeu, até que, em 1927, abriu uma pequena galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean, onde a dupla vendia alguns desenhos de Picasso e chegou a expor alguns trabalhos de Christian Bérard. Mas a crise econômica mundial forçou a interrupção do negócio.


Em meados de 1934, Dior enfrentou uma grave doença. E o que é pior, não podia contar mais com o dinheiro da sua família que, desde 1931, atravessava vários problemas financeiros, muito em virtude da crise econômica que assolava o mundo. Em 1935, recuperado e disposto, esse determinado francês da Normandia começou a desenhar croquis para o Figaro Illustre, jornal parisiense que os publicava semanalmente na seção de alta costura. Depois de conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, o inventivo Dior elaborou croquis de roupas e acessórios para várias Maisons de Paris, até que, em 1938, ingressou de cabeça no universo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piguet. Nesse ínterim, explodia a Segunda Guerra Mundial e Dior foi convocado para a batalha, na qual atuou como soldado do corpo de engenheiros. Em 1941, já trabalhando na Maison do estilista francês Lucien Lelong, conheceu o também francês Pierre Balmain, que mais tarde se tornaria um grande e influente estilista. Nessa altura, então com 41 anos de idade, o estilista almejava ter a sua própria Maison e conseguiu concretizar o sonho com a ajuda financeira do então magnata e empresário dos tecidos, Marcel Boussac, no dia 16 de dezembro de 1946 com a fundação da The House of Dior. O lendário endereço em Paris no número 30 da Avenida Montaigne é o mesmo até os dias de hoje.


No dia 12 de fevereiro de 1947, após um árduo trabalho, e ajudado pela sua equipe, que incluía Pierre Cardin, lançou sua primeira coleção de 90 conjuntos em duas linhas: Corolla, composta de casacos, saias plissadas e lápis para o dia, e a linha animal print, com estampas de leopardo para arrasar à noite. A coleção, que apresentou uma revolucionária saia na altura do tornozelo, foi apelidada pela redatora da conceituada revista americana Harper’s Bazaar, Carmel Snow, de “New Look” (“novo visual”, em português). Contendo inúmeras variações e novidades para época, a coleção se tornou um sucesso imediato e deu um “novo ar” à mulher, principalmente pelos ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos, fartos, com cintura bem fininha e ombros à mostra. O modelo que se tornou o símbolo do New Look de Dior foi o tailleur Bar (foto abaixo), um casaquinho com formato de ampulheta de seda bege, acinturado, ombros naturais e ampla saia preta prissada, que vinha quase até a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o sofisticado figurino, que foi seguido fielmente a partir da próxima década. A icônica peça foi apresentada em várias versões em quase todas as 22 coleções de alta-costura que ele desenhou, até sua repentina morte.


Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Ele conquistou de cara o mundo da alta costura pela ousadia e por causar impacto com suas roupas - afinal, para ele, “as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar”. O estilista conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Coco Chanel. Após alguns anos de reclusão, a mulher do pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Nos bailes, que à época se sucediam aos jantares, as mulheres ricas e célebres compareciam usando DIOR. O estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas.


Ainda em 1947 foi criada a divisão de perfumes, conhecida como PARFUMS CHRISTIAN DIOR, que iniciou suas atividades com o lançamento da fragrância Miss Dior, um verdadeiro clássico até os dias de hoje, criado com a colaboração de grandes perfumistas, como por exemplo, Jean Carles e Paul Vacher e, em homenagem a sua irmã Catherine. Nessa época, Dior desenvolve e inicia projetos ainda considerados revolucionários, no pequeno e restrito mundo da alta costura: cria um departamento de peles e assina licenças com fabricantes de acessórios. Em apenas um ano, a coleção New Look teve mais de dez mil encomendas. A volta por cima da beleza feminina fez a cabeça de mulheres célebres, como por exemplo, Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich, para quem ele criou o guarda-roupa inteiro do filme “Stage Fright”, de Alfred Hitchcock. Em 1949, dois anos após a inauguração, a MAISON DIOR já era responsável por mais de 5% das exportações francesas de alta-costura. Nesta época, Christian Dior já tinha uma butique de luxo em Nova York, em plena 5ª Avenida, além de estar bem estabelecido para assinar contratos de licenciamento com empresas americanas, como de meias e gravatas.


No ano de 1954, o estilista mudou tudo com a apresentação da linha H (H de haricot vert, uma “vagem comprida” em português): nada de busto e cintura apertada. Dior inovou mais uma vez ao imprimir estilo com vestidinhos tubulares que escondiam as formas. O vestido-saco revolucionou de forma surpreendente cabeças e corpos. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado, além dos vestidos de tecidos transparentes, com saias sobrepostas e comprimentos dos mais diversos. Ainda em 1954, Londres ganhou uma sucursal da marca e uma butique foi anexada a Maison de Paris. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo longo com a parte superior mais pesada, além de golas grandes que se abriam em forma de V. Já a linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. Fortes referências da marca até hoje, e que ficaram famosas durante os anos de 1950, foram estolas, as mangas três quartos, além do conjunto em tons pastéis de cardigã, blusa e saia de crepe.


Com apenas 52 anos de idade e dez anos depois de fundar sua Maison, Christian Dior faleceu precocemente no dia 24 de outubro de 1957, durante suas férias no litoral italiano, após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Algumas referências informam que o estilista morreu de um ataque cardíaco após engasgar com uma espinha de peixe, outras dizem que o ataque foi resultado de um ardente encontro amoroso. Porém, não se sabe ao certo qual o verdadeiro motivo de sua morte até hoje. A verdade é que Christian Dior deixou um verdadeiro império do luxo, com 22 coleções, 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionavam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados. Além disso, ele ingressou no mercado de massa em Nova York, foi capa da revista Time (segurando a inseparável tesoura de costura) e, ao democratizar suas criações, foi acusado de banalizar a cultura francesa. Estava adiante de seu tempo. Lançou echarpes, lenços de seda, luvas, bijuterias e lingeries com a assinatura CHRISTIAN DIOR. E inaugurou lojas de sua grife na Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão.


Para assumir a direção de criação da Maison, após sua morte, foi escolhido o então jovem (com apenas 21 anos) assistente, irrequieto e talentoso Yves Saint-Laurent, que provocou protestos dos discípulos de Dior por ter criado peças poucos tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos. Apesar disso, a primeira coleção da DIOR após a morte de seu mentor foi magnífica e aclamada pelos críticos. Realizada em apenas nove semanas, as roupas possuíam cortes perfeitos, tecidos requintados e detalhes meticulosos, assim como Christian Dior a faria. Em 1960, Saint-Laurent após ser chamado pelo exército e dois anos depois de ter aberto sua própria Maison, é substituído por Marc Bohan, um estilista francês mais experiente e conservador. Seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, com casacos amplos de cintura apertada, vestidos longos e botas.


No final desta década, dois acontecimentos foram de extrema importância para a marca: em 1967 a inauguração da primeira loja exclusivamente masculina (DIOR HOMME) e, em 1969, o estabelecimento da divisão de cosméticos, que seria responsável por consolidar a marca DIOR ainda mais como um ícone do segmento de luxo. Foi nesta época que a marca lançou sua primeira coleção de óculos. A partir de 1989, o italiano Gianfranco Ferré, em uma clara tentativa de renovação da Maison, foi escolhido como o novo diretor de criação da marca CHRISTIAN DIOR. Logo em sua primeira coleção ganhou o Dedal de Ouro oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Em 1990, lojas sofisticadas da DIOR foram inauguradas em lugares luxuosos de Nova York, Los Angeles e Tóquio. Apesar do crescimento, nenhum desses três nomes conseguiu perpetuar com a mesma intensidade o brilho característico de Christian Dior. A mais reverenciada marca da moda então se tornou uma Bela Adormecida no universo da moda.


O ressurgimento começaria em 1996, quando John Galliano, que apesar da cidadania inglesa nasceu em Gibraltar, assumiu o cargo de diretor criativo da grife, responsável pela criação das coleções de alta costura e prêt-à-porter feminino. E chegou para incendiar a marca francesa. O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o respaldo de ninguém menos que Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, influente conglomerado do segmento de marcas de luxo, que havia adquirido a grife francesa no ano de 1984. Ao colocar Galliano, um rebelde, inglês e iniciante, à frente da MAISON DIOR, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a marca voltou a gerar dinheiro e lucros. John Galliano causou uma verdadeira reviravolta saudável na DIOR. Houve dois “escândalos”, no bom sentido da palavra, que fizeram com que a marca voltasse aos tempos de glórias: a simples contratação de John Galliano e a “coleção dos mendigos”, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela. O estilista, sempre convicto de que o esquisito, mesmo chocante, vende, colocou então nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Considerado um gênio rebelde, o estilista falava pouco em público, mas não precisava disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta costura, modelos exibiram vestidos em estilo imperial, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas.


Nomeado diretor artístico de todas as coleções femininas DIOR (alta-costura, prêt-à-porter, acessórios, cosméticos e sapatos) em 1999 ele também passou a cuidar da comunicação da marca, desde as campanhas publicitárias até o design das vitrines. Apesar do enorme sucesso, seu temperamento forte e rebeldia iriam causar problemas para a marca. E isto aconteceu no início de março de 2011 quando o estilista, filho de um encanador inglês e de uma espanhola, depois de ter sido suspenso de suas atividades após ser detido em Paris, acusado de insultos antissemitas á um casal em um bar, foi demitido pela marca francesa. Após Bill Gaytten assumir o posto como interino, finalmente em 2012, o belga Raf Simons foi nomeado novo diretor criativo da Maison.


Em 2016 a estilista italiana Maria Grazia Chiuri assumiu a direção-artística da DIOR, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo na história da marca. A estilista chegou à grife francesa com a missão de conquistar uma clientela mais jovem. Apesar de suas inspirações serem diversas, as primeiras coleções assinadas por Chiuri foram marcadas por um tom poético, que também misturava um discurso de engajamento. Em seu desfile de estreia, um dos modelos era composto por uma camiseta com a mensagem “We all should be feminist” (“Todos nós devemos ser feministas” em português). Com visão conceitual e artística, adotando um ponto de vista feminista por meio de colaborações com artistas e intelectuais, a estilista vem utilizando uma prática ancorada na elegante feminilidade que Monsieur Dior apreciava. A DIOR também vem tendo sucesso na venda de bolsas, especialmente em virtude das reedições e reinterpretações de modelos famosos como a Saddle (conhecida como a bolsa-sela), a Lady Dior e a Tote. Além disso, em 2018, lançou o ABCDior, novo serviço da marca que permite à clientes personalizar acessórios (como bolsas e lenços) com suas iniciais.


A linha do tempo 
1953 
Lançamento de sua primeira linha de batons (batizada de ROUGE DIOR), composta por oito tonalidades de vermelho, cor que se tornaria símbolo da marca. 
Lançamento do EAU FRAÎCHE, primeiro perfume unissex na história do segmento. 
1954 
Lançamento do primeiro produto de maquiagem da grife, o lápis de boca (delineador). 
1967 
Lançamento da primeira coleção BABY DIOR, especialmente criada para crianças de 0 a 4 anos. 
1968 
A marca uniu a moda e a beleza ao lançar uma linha de maquiagens chamada HYDRA DIOR
Lançamento da CHRISTIAN DIOR TRICOT, uma coleção de roupas feitas em crochê. 
1969 
Lançamento da EXPLOSION OF COLOR, uma completa e moderna linha de maquiagens composta por blush, pós, delineadores, entre outros itens. 
1970 
Revolucionou o mercado ao introduzir o desfile de produtos de maquiagem, mostrando cores e tendências que marcaram época, estabelecendo a DIOR como um gigante no mundo da moda. 
1972 
Lançamento do perfume DIORELLA, um verdadeiro “sopro de ar fresco”. 
1973 
Lançamento da primeira linha de produtos para tratamento da pele. 
1975 
Lançamento do BLACK MOON, primeiro relógio da marca DIOR. 
1979 
Lançamento do perfume DIORESSENCE
1980 
Lançamento do perfume masculino JULES
1983 
Lançamento do CAPTURE, um creme anti-idade que possuía em sua formulação lipossomas, microcápsulas que penetram na pele e previnem o envelhecimento. 
1985 
Lançamento do POISON, um dos perfumes de maior sucesso da grife francesa. 
1988 
Lançamento do perfume masculino FAHRENHEIT, que se transformaria em um fenômeno de vendas. 
1991 
Lançamento do perfume feminino DUNE, que ganharia sua versão masculina seis anos mais tarde. 
1994 
Lançamento da bolsa LADY DIOR, cuja característica principal era o “cannage” - desenho de cana da Índia - com letras DIOR soltas na alça. O nome é uma homenagem à princesa Diana, embaixadora mundial da marca e então amiga de Bernard Arnault, presidente do conselho e principal executivo do Grupo LVMH. 
1995 
Lançamento do perfume DOLCE VITA em sua tradicional embalagem amarela. 
1996 
Relançamento da coleção de óculos da grife ao comando de John Galliano. 
1998 
Lançamento do perfume HYPNOTIC POISON
Lançamento de sua primeira linha de joias, criada e dirigida por Victoire de Castellane. 
1999 
Lançamento do J’ADORE, um perfume refrescante com misturas de orquídeas, violetas, rosas e um tipo especial de almíscar. O perfume foi batizado com esse nome graças à expressão usada constantemente por John Galliano (traduzida do francês, significa “eu adoro”). 
Lançamento da famosa bolsa saddle bag, modelo em forma de sela com alça curta. Anualmente o modelo de bolsa ganha novas versões, aumentando ainda mais a enorme legião de fãs. 
2001 
Em janeiro, o estilista francês Hedi Slimane estreou a nova DIOR HOMME, aclamada como uma das melhores coleções de moda masculina da época, com pitadas de androginia e glamour do rock’n roll. 
2002 
Lançamento do perfume feminino FOREVER and EVER
Lançamento do perfume ADDICT
2003 
Lançamento do perfume feminino CHRIS 1947 em homenagem a fundação da grife. 
2005 
Lançamento dos perfumes MISS DIOR CHÉRIE (para um público feminino mais jovem) e DIOR HOMME
2006 
Lançamento do DIOR CAPTURE TOTALE, primeiro produto anti-idade baseado em uma extensa pesquisa tecnológica e sociológica, que oferece resultados extraordinários e conta com tecnologias de vanguarda em sua composição, como a utilização do Complexo Alpha-Longoza. 
Lançamento da DIOR GAUCHO, bolsa extravagante com grandes fivelas e chaves penduradas, que rapidamente se tornou a preferida de celebridades como Sienna Miller, Keira Knightley, Penélope Cruz e Gisele Bündchen. Inspirada nos pampas, o modelo tem versões em jeans, náilon e couro. 
2007 
Lançamento do perfume feminino MIDNIGHT POISON com o slogan “A new Cinderella was born”. O perfume era uma mistura perfeita de rosa da Bulgária, jasmim, flor de laranjeira, baunilha e sândalo. 
2008 
Lançamento do DIOR PHONE, um luxuoso celular com acabamento de diamantes incrustados e detalhes em couro de jacaré. Além de câmera, tela touchscreen e o nome da marca, o aparelho vinha com um mini-celular, apelidado de “My Dior”, que servia para prender do lado de fora da bolsa ou colocar no bolso, para quando alguém ligar, não fosse preciso revirar toda a bolsa para atender a chamada. 
2009 
Lançamento do DIOR SÉRUM DE ROUGE, um batom cuja textura saturada com ingredientes ativos e enriquecida com puros pigmentos enche os lábios de cores luminosas e destacam sua aparência dia após dia. Para ajudar no combate ao tempo, principal causa da perda de volume e descoloração dos lábios, o Centro de Inovação Dior desenvolveu um exclusivo complexo de ingredientes ativos que age tanto na superfície quanto no interior dos lábios. Dia após dia, eles recuperam sua firmeza e curvas suntuosas. Claramente definido, o contorno dos lábios se torna mais proeminente e reconquista seu tom rosado natural. 
2011 
Lançamento da coleção de maquiagem GRIS MONTAIGNE, inspirada na primeira loja da grife e baseada nos tons rosa e cinza. A exclusiva paleta Dior Cannage, realçada pelos famosos amuletos em metal D-I-O-R, se tornou uma verdadeira vitrine para os olhos e objeto de desejo para milhões de mulheres. 
2012 
Inauguração em Taipei (Taiwan) da sua maior loja no mundo até então. Com 19.410 m², o primeiro andar era reservado para joias, relógios, bolsas e artigos de couro, além de contar com uma área exclusiva para criar versões customizadas da icônica bolsa Lady Dior. O espaço ainda abrigava a DIOR COUTURE (alta costura), três salões destinados ao prêt-à-porter, um destinado aos sapatos e dois andares para a DIOR HOMME, a coleção masculina da grife. 
2016 
Lançamento do perfume LA COLLE NOIRE, em homenagem à querida casa de verão de Christian Dior, na região de Grasse, na França, e que tem em sua composição rosas, sândalo do Sri Lanka, alguns tipos de madeira, almíscar branco e âmbar. 
2018 
Lançamento do perfume JOY, que une aromas de frutos cítricos, rosa, jasmim e sândalo. A atriz Jennifer Lawrence, que é embaixadora da linha Dior Acessórios desde 2013, foi a escolhida para dar vida às campanhas publicitárias do novo perfume. 
2019 
Inauguração da primeira loja da grife totalmente dedicada à moda casa (coleções de mesa, têxteis e móveis). 
Lançamento da bolsa 30 MONTAIGNE, inspirada no icônico endereço da marca em Paris. Com o design adornado com as iniciais do estilista, o modelo leva a assinatura 30 Montaigne gravada na parte de trás. 
2020 
Lançamento da CAPTURE TOTALE CELL ENERGY, uma linha de tratamento de pele high-tech e sustentável recheada de ingredientes naturais. A novidade tem como ideia “reanimar” as células-tronco (de alto poder regenerativo) presentes em nosso organismo e tem aprovação de ninguém menos que Gisele Bündchen.


As obras olfativas 
A assinatura da DIOR: fragrâncias de alta qualidade, originais e intemporais. Desde o início de sua carreira, Christian Dior cercou-se dos maiores perfumistas do seu tempo, com o objetivo de criar fragrâncias excepcionais. Em 1947 foi Paul Vacher que criou a base do perfume Miss Dior. Ele também criou Diorling em 1963. Chamou também seu amigo Edmond Roudnitska para compor alguns de seus primeiros perfumes, batizados Diorama (1949) e Diorissimo (1956), este último baseado no lírio do vale, flor predileta do estilista. Ele também criou Eau Sauvage (primeira fragrância masculina da marca), uma verdadeira revolução após a sua criação, em 1966, que se tornou um dos clássicos da atualidade. A partir da década de 1980 a marca lançou perfumes de enorme sucesso mundial como Poison (1985), Fahrenheit (1988), Dune (1991), Dolce Vita (1995), J’adore (1999) e Addict (2002).


O Laboratório Criativo é o lugar onde mais de 2.500 matérias-primas que ajudam a criar os perfumes da DIOR são indexados, armazenados e pesados. Situado em Paris, este templo para artesanato e especialização é colocado a serviço de uma perfumaria que está cada vez mais audaciosa e surpreendente. As matérias-primas são cuidadosamente selecionadas e vêm dos melhores produtores de todo o mundo. Já na fábrica DIOR, localizada em Saint Jean de Braye, é que todos os perfumes são produzidos. O local possui sua própria cave, onde aproximadamente 600 ingredientes são estocados. Já as artesãs dominam técnicas esquecidas, como o segredo do laço de poignard que ornamenta cada frasco do extrato de perfume Miss Dior, a assinatura da primeira fragrância da Maison. As artesãs que realizam os laços de cetim dominam também outro savoir-faire único, o laço da tampa do perfume: o uso do fio de ouro que decora o frasco do extrato J’adore. Ele é enrolado e depois selado à mão, graças a uma sucessão de gestos precisos que evocam uma elegante coreografia que somente essas mãos sabem fazer. Todos os dias, François Demachy, que desde 2006 ocupa o cargo de Perfumista-Criador, usa esses ingredientes de qualidade excepcional em suas composições. Desde 1947 a marca francesa tem colaborado com alguns dos maiores perfumistas do mundo para criar verdadeiras obras olfativas (tem em seus arquivos mais de 150 perfumes).


Os ícones 
As principais estampas icônicas da marca são a Toile de Jouy (uma estampa criada no século 18 que consiste em um tecido de fundo branco ou off-white, estampado em vermelho, azul ou preto, com desenhos que descrevem a vida campestre), o muguet (flor símbolo da sorte de Christian Dior) e as abelhas. A cultura floral esteve presente de forma intensa na vida de Christian Dior, já que a casa de seus pais, na Normandia, tinha um fantástico jardim à beira mar. Ao absorver as composições olfativas e também a paleta de cores diversificada das flores, o estilista souber transportar tais referências para o mundo da moda. O Lírio do Vale costurado entre forros ou aplicados nos botões é um dos exemplos; e os perfumes, consequentemente, também foram contemplados com o conhecimento botânico do estilista, que tinha a rosa como flor preferida.


A joia da coroa 
Se existe um ícone da marca francesa ele está localizado na lendária Avenue Montaigne em Paris. Inaugurada no dia 16 de dezembro de 1946, onde antes existia um pequeno hotel e alguns meses antes da revolução do New Look, o supersticioso Christian Dior escolheu o número 30 para instalar as primeiras oficinas de sua Maison. Ele então confiou a decoração do local a Victor Grandpierre - as palavras de ordem: sobriedade e elegância. A ideia: permitir que apenas os desenhos e silhuetas de Christian Dior inspirassem os olhos e as mulheres. Depois de 7 anos o lugar ocupava 5 imóveis, possuía 28 ateliês e empregava mais de mil pessoas.


Esta icônica loja âncora (chamada em inglês de flagship store) da DIOR passou por sua primeira grande reforma e foi reinaugurada em 2009 para ser reconhecida com uma das mais luxuosas do planeta. A reforma fazia parte das comemorações pelos 60 anos da grife francesa e a reabertura contou com a presença de celebridades como Sharon Stone, Elton John, Juliette Binoche e Monica Belluci. Entre as novidades do projeto assinado pelo arquiteto Peter Marino estavam um salão de sapatos exclusivos para clientes VIPs, com os modelos apresentados na última coleção de alta-costura, e frases escritas na parede como “Look Good” ou “J’adore” pelo artista Rob Wynne. A ideia foi criar um clima “residencial” dentro da loja, resgatando elementos do legado de Christian Dior. A loja ampliou seus salões para a coleção prêt-à-porter e deu maior destaque para as bolsas (que incluíam os modelos Samurai e Gaucho, além da clássica Lady Dior em novos materiais, então campeãs de vendas na DIOR). Em 2019 este símbolo da marca, lar original do ateliê fundado pelo Monsieur Christian Dior, fechou suas portas temporariamente para uma enorme reforma, que deve durar aproximadamente dois anos.


Com sua “joia da coroa” fechada para reforma, a marca não quis deixar os amantes da Maison de Christian Dior sem um endereço à altura na cidade luz. Por isso, no mês de julho de 2019, inaugurou uma nova loja (foto abaixo) na badalada Avenida Champs-Elysées, um dos principais cartões postais da capital francesa. A fachada da nova loja é incrivelmente similar à flagship original da grife. Para garantir a semelhança, a técnica de perspectiva trompe-l’oeil foi aplicada no tecido que revestiu o novo prédio e o resultado impressiona. O endereço tem paredes decoradas com o clássico Toile de Jouy, disponibiliza roupas, acessórios, joias, sapatos, perfumes e oferece diversos tipos de personalização, como bordados, impressões e hot stamping, que ficam prontos em até uma hora. A loja também vende as coleções de moda casa. O espaço de 890 m² permanecerá aberto até que a loja do histórico número 30 da Avenue Montaigne esteja pronta para receber sua exigente clientela.


A evolução visual 
A identidade visual da marca francesa passou por algumas modificações ao longo dos anos. Em 2018 a marca apresentou um novo logotipo: todo em letras maiúsculas e com nova tipografia.


Em muitos casos a marca utiliza apenas a designação DIOR, que acompanhou ao padrão da nova identidade visual.


A marca também utiliza um monograma com as letras CD (aparece em abundância em seus produtos), que ganhou novos designs no decorrer dos anos. A primeira alteração ocorreu em 2011. O atual monograma foi lançado em outubro de 2013.


Dados corporativos 
● Origem: França 
● Fundação: 16 de dezembro de 1946 
● Fundador: Christian Dior 
● Sede mundial: Paris, França 
● Proprietário da marca: Christian Dior Couture SA 
● Capital aberto: Não (subsidiária da LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.) 
● CEO: Pietro Beccari 
● Diretor criativo: Maria Grazia Chiuri e Kim Jones 
● Faturamento: €2 bilhões (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Valor da marca: US$ 6.045 bilhões (2019) 
● Lojas: 205 
● Presença global: 150 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Maiores mercados: Europa, Ásia e Estados Unidos 
● Funcionários: 6.280 
● Segmento: Moda de luxo 
● Principais produtos: Roupas, sapatos, perfumes, cosméticos e acessórios 
● Concorrentes diretos: Chanel, Gucci, Prada, Versace, Burberry, Givenchy, Hermès, Fendi e Valentino 
● Ícones: O New Look 
● Website: www.dior.com/pt_br 

O valor 
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca DIOR está avaliada em US$ 6.045 bilhões, ocupando a posição de número 82 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2019. 

A marca no mundo 
A tradicional marca de moda de luxo, que já revelou estilistas como Yves Saint-Lauren, Gianfranco Ferré e John Galliano, têm sua sede no famoso endereço Avenida Montaigne 30, na cidade de Paris, conta com mais de 200 lojas próprias nos pontos mais exclusivos do planeta, além de vender seus produtos dentro das mais sofisticadas lojas de departamento do mundo. Com presença em 150 países, emprega mais de 6.200 pessoas e fatura estimados €2 bilhões anualmente (sem contar perfumes e cosméticos). O principal mercado da DIOR é a Europa (responde por aproximadamente 40% das vendas), seguido da região Ásia-Pacífico com 30% e dos Estados Unidos com 23%. Apesar de estar presente no Brasil desde 1958 (através de licenciamento) a marca desembarcou oficialmente no país somente em 1999, com a inauguração de uma loja na badalada Rua Haddock Lobo em São Paulo. Hoje a DIOR tem apenas uma loja no Brasil, localizada no Shopping Cidade Jardim em São Paulo. 

Você sabia? 
A marca tem toda sua linha de cosméticos desenvolvida no Dior Science Observatory, um centro de inovação localizado em Paris, onde mais de 200 pesquisadores criam produtos com texturas surpreendentes, sistemas de hidratação únicos da pele e formulações revolucionárias. 
Favorito das estrelas da sétima arte, Christian Dior fisgou a atenção de famosas rapidamente, já que seu nome começou a circular mundialmente logo após seu primeiro desfile. Elizabeth Taylor foi uma delas, e usou o New Look para receber o Oscar de melhor atriz em 1961; Grace Kelly se vestiu de DIOR no noivado em 1956; e Ingrid Bergman também ostentou, no filme “Indiscret” (1958), um vestido da Maison. Já no campo das artes, o estilista tinha muitas amizades, entre as quais com Jean Cocteau e Max Jacob. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Elle, Vogue, BusinessWeek, Exame, Veja e Isto é Dinheiro), jornais (Valor Econômico e Folha), sites de moda (PureTrend), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 17/6/2020

8 comentários:

Anônimo disse...

mtuu boumm
Os parfumees da Dior
e o lápis citado, eu tbm tenho, e é de uma qualidade incrível

Renata Cavalcanti disse...

sou eu denovo enchendo o seu saco...
Meu signo diz que quando sou fã de alguma coisa sou até a morte. Eu sou fã de pessoas que realizam um trabalho como o de vcs. Quem quer conhecer moda precisar começar pelos clássicos. Pelo menos os dez mais famosos... é o que estou fazendo no twelveworld, meu blog, mas pra ter informações de gente que morreu antes de eu pensar em nascer preciso de blogs como o mundo das marcas,que tem uma informação completa e na minha lígua.
sou fã deste blog!

Rodrigo Müller disse...

Adorei o blog e já vou virar seguidor... As informações da Dior estão ótimas, assim como de outras marcas que vi... E com o intuito de contribuir com o texto sobre a Dior - embora a marca e seus produtos não precisem de muita publicidade - tenho que dizer que os perfumes da marca são os melhores que já usei.Meu preferido é e sempre será o Dior Addict. Inesquecível, marcante, profundo... Realmente viciante.

Unknown disse...

Fantastic!! Emocionante!!!uma história fascinante!!!

Unknown disse...

Excelente conteúdo!Parabéns

Gesy Tápias Dabrowska disse...

Adoro seu blog Mundo das Marcas. Relata tudo o que eu preciso nas minhas pesquisas para meu blog viagemolfativa.blogspot.com Meus parabéns emuito sucesso nos futuros trabalhos. Abraço.

Rafael disse...

Oi! Essa bolsa que você colocou como penúltima imagem no texto! Saberia dizer o nome? E infos sobre?! Obrigado

Rafael disse...

Essa bolsa que vocês colocou no fim do texto? Sabe o nome do modelo ou infos? Obrigado