29.5.06

FENDI


“Deus, me dê Fendi”. A brincadeira, escrita em camisetas e que virou um mantra na boca dos descolados, é um jogo de palavras que traduz com perfeição o culto pelas roupas e acessórios dessa grife italiana, cujas bolsas e casacos de pele desfilam nos ambientes mais luxuosos e sofisticados do mundo. Seu logotipo composto por duplos F invertidos é visto e reconhecido como símbolo de status no mundo inteiro. A FENDI traz o sobrenome da lendária família italiana, interpretando o passado de maneira contemporânea, homenageando a tradição artesanal e celebrando a geração de novos e preciosos materiais com valiosos detalhes. A grande popularidade da grife, no entanto, deve-se mesmo às bolsas, que jamais economizaram na exibição do logotipo e fizeram dele um verdadeiro e disputado símbolo de status. 

A história 
Tudo começou em 1918 quando a jovem Adele Casagrande, cuja família era formada por ricos produtores de couro de Florença, abriu uma pequena loja de artigos de couro na Via Del Plebiscito no centro de Roma, que fabricava também bolsas de couro macio com refinamento de formas, texturas e minuciosos acabamentos de fechos e fivelas, além de sacolas de verão feitas com tiras de lona. Nos fundos do modesto estabelecimento existia uma oficina de peles. Quando ela se casou com Edoardo Fendi em 1925, eles tomaram a decisão de mudar o nome da loja para FENDI no dia 25 de setembro. Era o período do pós-guerra, onde a classe média italiana estava tentando se reerguer e voltar a ter hábitos consumistas. Foi com esse cenário que a loja rapidamente se tornou um sucesso, vendendo malas e bolsas de couro, além de outros artigos para uma clientela cativa. O negócio prosperou e uma nova loja foi inaugurada em 1932 na Via Piave, uma área residencial que estava se tornando um centro comercial da época. O crescimento da FENDI, já bem conhecida e conceituada em Roma, com importantes clientes assíduos, começou a romper as fronteiras da região, tornando-se um símbolo de estilo e bom gosto para as mulheres italianas.


Depois da Segunda Guerra Mundial, em 1946, a segunda geração da família começou aos poucos a ingressar nos negócios. A primeira a trabalhar na empresa foi Paola, filha mais velha e então com 15 anos na época, que depois assumiria a divisão de peles, seguida de suas irmãs Anna (divisão de couro), Franca (relacionamento com clientes), Carla (coordenadora de negócios) e Alda (departamento de vendas). Com cinco ativas e talentosas jovens mulheres ao leme, a empresa começou a galgar seu sucesso no mundo da alta costura. As jovens implantaram ideias modernas e criaram linhas arrojadas de produtos (malas, bolsas e casacos de pele). No ano de 1954 Edoardo faleceu e deixou os negócios totalmente nas mãos de Adele (que faleceria aos 81 anos no ano de 1978) e as filhas. Em 1964, a marca que já era muito conhecida na Itália, abriu uma de suas muitas lojas nesse período, na Via Borgognona, uma das ruas mais elegantes de Roma.


Em 1965 uma aliança, que mudaria os rumos da marca, foi selada entre a empresa e o jovem designer alemão Karl Lagerfeld (desde 1983 também estilista chefe da Maison Chanel), que assumiu como diretor criativo da grife, apresentando uma nova leitura aos casacos de pele, fora da alta costura e dentro do prêt-à-porter (expressão em francês para “roupa comprada pronta em lojas”) como a jaqueta jeans com acabamento em pele. Foi ele o responsável pela criação do logotipo com os duplos F invertidos (chamado de “Zucca” quando é maior e “Zucchino” quando é menor), que pouco depois foi adicionando à lista de símbolos de status internacional e, ajudado pelas irmãs, revolucionou o tratamento das peles e de outros tecidos. Outros materiais, como fibras entrelaçadas e até mesmo peles revestidas em ouro 24 quilates, passaram a ser aplicados nos acessórios da marca italiana. Bordados, impressões e cores também fizeram parte de suas coleções ao longo dos anos. O que era uma peça preciosa, mas rígida e pesada se tornou leve, macia e pra lá de elegante. A equipe comandada pelo alemão (foto abaixo) trabalhou para inventar novas maneiras de se trabalhar com as peles (curtimento, tingimento e tratamento), além de ter introduzido peles inusitadas, transformando-as em acessórios de moda. A FENDI conquistou prestígio e a liderança no setor, utilizando peles tingidas, com mão de obra de alta qualidade e refinada técnica de corte, trunfos que valeram à marca italiana a conquista de vários prêmios internacionais.


Em 1968, as bolsas e acessórios da FENDI foram descobertas em Roma por Marvim Traub, então presidente da famosa loja de departamento americana Bloomingdale’s, que comprou uma coleção completa da grife e dedicou um espaço inteiramente a ela na loja localizada na 5ª Avenida, em Nova York. Não demorou muito para os produtos da marca despertarem a atenção de várias outras lojas americanas que queriam tê-los para vender á seus consumidores, fazendo com que hoje em dia a FENDI seja a marca com maior número de representações dentro das tradicionais lojas de departamento americanas.


Na década de 1970, a marca alcançou um grande reconhecimento e seus produtos eram vendidos nas melhores lojas do mundo. A empresa lançou uma nova linha de produtos e acessórios, como luvas, jeans, gravatas, óculos, relógios, isqueiros e canetas em 1984. No ano seguinte, para comemorar os 60 anos da marca, organizou um suntuoso desfile no Museu de Arte Moderna de Roma. Somente em 1989, inaugurou sua primeira loja em solo americano, localizada em plena 5ª Avenida. Era a primeira vez que todos os produtos da marca podiam ser encontrados em um mesmo lugar. Em 1994, Silvia Venturini Fendi, neta dos fundadores, começou a trabalhar na direção artística da marca (especialmente acessórios), e foi a principal responsável pela criação em 1997 de um ícone da FENDI: a bolsa baguette, que se tornou extremamente popular nas mãos de Madona e Carrie Bradshaw, personagem do seriado Sex and the City, interpretada por Sarah Jessica Parker. O estrondoso sucesso alçou essa bolsa a um patamar até então jamais visto em escala global. Ela passou a ser a primeira aquisição de uma mulher no universo do luxo.


Em 1999, a marca foi adquirida pelo poderoso conglomerado de luxo LVMH, mantendo os membros da família em cargos importantes dentro da empresa. Somente dois anos mais tarde, em 2001, a FENDI inaugurou sua primeira loja âncora na cidade de Paris, o centro da alta costura mundial. Nos anos seguintes a marca continuou lançando bolsas, perfumes e acessórios de enorme sucesso no mercado mundial, sempre ditando tendência no segmento e arrebatando a atenção e preferência das celebridades. Somente em 2013, a marca inaugurou sua primeira loja no Brasil, localizada em São Paulo, no Shopping Cidade Jardim. Foi neste mesmo ano que a marca ousou no mundo da moda ao lançar os FENDI BUGGIES, chaveiros de monstrinhos felpudos para serem pendurados em suas caras bolsas e que conquistaram os fashionistas e celebridades. Os monstrinhos - que têm nomes próprios - são feitos com um mix de pele (goat fur, mink fur, silver fox e lamb leather) e custam entre R$ 1.500 a R$ 2.700. Nas últimas coleções eles cresceram de tamanho, evoluindo para diferentes formatos e combinações de cores, além de estamparem bolsas, carteiras e até sapatilhas e relógios. Até o estilista da grife italiana, Karl Lagerfeld, ganhou uma versão para chamar de sua. Seu boneco, o Karlito, é um dos modelos que some rapidamente das prateleiras das lojas da FENDI.


Em 2015, a marca que lançou tendências e já vestiu centenas de celebridades completou 90 anos de uma rica história. Além disso, Karl Lagerfeld completou 50 anos à frente da grife, um feito incomum na história da moda. Para celebrar a data, foi publicado um livro sobre a longa parceria, intitulado “Fendi by Karl Lagerfeld”, que trazia mais de 200 croquis assinados pelo estilista. Além disso, um seleto grupo de 700 convidados assistiu ao vivo a um espetacular desfile em plena Fontana di Trevi, recém-restaurada. A renovação da mais emblemática das fontes da capital italiana foi financiada pela FENDI, que nasceu na Cidade Eterna e não se cansa de exaltar suas origens.


Luxo, fantasia, qualidade. Com um pé na tradição e outro na modernidade, a marca italiana continua arrebanhando cada vez mais fiéis para o irresistível pecado do consumo de luxo.


A linha do tempo 
1966 
Lançamento da primeira coleção de peles assinada por Karl Lagerfeld. Foi um sucesso imediato para os novos consumidores. 
1967 
A grife italiana desenvolveu um trabalho inovador em casacos e mantôs de pele, utilizando coelhos e esquilos. 
Lançamento de um casaco reversível forrado de pele e outro em estilo quimono, misturando linda e perfeitamente pele com couro e vários tecidos. 
1968 
A grife organizou um desfile no Japão e não demorou muito para que seus produtos estivessem disponíveis no mercado daquele país. 
1969 
Lançamento da primeira coleção de roupas prêt-à-porter no Palazzo Pitti em Florença, depois que as irmãs Fendi não encontravam mais roupas de outras marcas para complementar o visual dos desfiles dos casacos de pele da marca. 
1985 
Lançamento do primeiro perfume feminino chamado Fendi for Women. Nos anos seguintes a linha foi expandida com a introdução do Theorema Uomo e Fendi Uomo (para homens), introduzido em 1988; e Celebration e Fantasia (para mulheres). 
Lançamento da primeira linha de móveis e objetos de decoração da grife italiana. 
1987 
Lançamento da FENDISSIME, uma linha de produtos voltados para o público jovem e moderno, que rapidamente cresceu separadamente da marca principal, conquistando assim novos consumidores. 
1989 
Licenciamento do nome e do logotipo da FENDI para a empresa Cross Pens fabricar sofisticados instrumentos para a escrita. O acordo não durou muito. 
1990 
Lançamento da linha FENDI UOMO, composta por roupas e acessórios masculinos para qualquer momento e circunstância da vida. 
1991 
Lançamento de sua primeira linha de joias e de óculos. 
1997 
Lançamento da Baguette (pequena bolsa retangular e simples), uma criação de Silvia Venturini, e que se tornaria, dois anos depois, a bolsa mais vendida no mundo. O nome surgiu por acaso, quando, em seu lançamento, no outono, alguém comentou que o modo certo de usá-la era debaixo do braço, da mesma maneira que os franceses carregam o referido pão - e não como uma bolsa de mão. Até hoje, mais de 1.000 modelos e versões, utilizando diferentes materiais (de crocodilo a cashmere, com gravações em relevo, metal, pele e até pedras, seda, jeans, cristais e diamantes), foram criados para esta linha de bolsa da marca italiana, que chegam a custar mais de US$ 30 mil em suas edições mais exclusivas. A icônica bolsa, que na verdade introduziu o conceito de “it bag” (a Baguette), já vendeu mais de 1.2 milhões de unidades desde seu lançamento. 
1998 
Lançamento, em uma homenagem a criação “made by hand” (“feito a mão”, da coleção de bolsas LA SELLERIA, uma série limitada em “cuoio fiore” (flor de couro). 
2001 
Lançamento da bolsa mini-baguette, mais macia e cilíndrica que o modelo tradicional. 
2005 
Lançamento da bolsa SPY FENDI, que rapidamente se transformou em um fenômeno entre as celebridades mundiais. 
2006 
Lançamento da B FENDI, uma coleção de bolsas extravagantes que utilizam materiais diversos como jeans, náilon e couro. 
2007 
Lançamento do perfume feminino FENDI PALAZZO. A embalagem do perfume vista de frente reproduz a imagem do próprio Palácio Fendi, na Itália, como elemento decorativo. O frasco, criado por Karl Lagerfeld e produzido pela Pochet, é simples, mas a decoração foi feita de forma criativa, o que torna o produto diferenciado. O lado de traz do frasco foi decorado com o padrão que reproduz as linhas do Palácio Fendi. No painel frontal, um filete de platina em todo o perímetro funciona como uma moldura. Apenas 18 meses depois, a marca italiana decidiu retirar o perfume do mercado. Segundo a empresa, apesar das vendas serem boas elas ficaram aquém das expectativas. 
2008 
Lançamento, em parceria com a marca japonesa Aprica, de uma linha de produtos infantis compostas por carrinhos, sapatos e até uma série de brinquedos chamada “Life Toys”. 
2009 
Lançamento da bolsa PEEKABOO, que virou hit instantâneo, surgindo no braço de celebridades como Olivia Palermo, Bianca Brandolini e Jennifer Lopez. Uma particularidade dessa bolsa é que ela possui um forro interior tão bonito quanto seu exterior, o que tem inspirado várias celebridades a usá-la aberta. A bolsa pode ser encontrada em vários materiais e texturas, além de três tamanhos diferentes. 
2010 
Lançamento do perfume FAN di FENDI, cujo frasco é uma joia extremamente preciosa e perfeitamente atemporal. Os códigos marcantes da marca são reafirmados: a fivela de ouro (da bolsa baguette) é trabalhada na embalagem do perfume e a tampa é uma referência ao fecho da bolsa Peekaboo envernizada. Sua fragrância é um floral luminoso baseado na elegância do couro, contém notas de Pera, Groselha, Tangerina da Calábria, Pimenta Rosa, Patchouli, Jasmim Amarelo e Rosa Damasceno. 
2011 
Lançamento da FENDI KIDS, uma linha de roupas e acessórios desenvolvida especialmente para crianças entre 3 meses e 12 anos. 
Lançamento, em parceria com a italiana Inglesina, reconhecida pelos luxuosos produtos para o público infantil, de uma linha de carrinhos e cadeirinhas para bebê. 
2012 
Inauguração da primeira loja FENDI KIDS (roupas e acessórios para bebês e crianças), localizada no Dubai. 
Lançamento da bolsa 2JOURS, um modelo prático e minimalista que se tornou outro grande sucesso. O revestimento em couro de alta qualidade conta com duas texturas diferentes: uma que recobre as laterais, mais lisa e outra com relevo para o corpo, que atestam a atenção aos pequenos detalhes. Além disso, as alças na parte superior possuem design ergonômico para quem prefere carregá-las nas mãos. 
2013 
Lançamento do perfume feminino L’ACQUAROSSA, uma homenagem à feminilidade romana. Uma mulher sofisticada, com um caráter ardente que se atreve a quebrar barreiras, códigos e limites. A tampa do frasco é inspirada no fecho da bolsa Peekaboo e sua embalagem faz menção à icônica estampa Pequin.


Peças artesanais 
Em um culto a tradição, bolsas, pastas executivas, valises, malas e artigos de couro são criados tomando como inspiração o passado com adição da qualidade e refinamento de seguir a evolução em seu design único e incomparável. Made by hand (feito à mão), é um dos essenciais elementos genuínos da FENDI, detalhes que nos remetem a preciosidade de cada peça na coleção, confeccionados inteiramente de modo artesanal, com o mesmo cuidado com que em 1925 um grande seleiro romano colocou o logotipo de prata nas bolsas criadas por Adele Fendi. Para se ter uma ideia deste processo, apenas três artesãos são capacitados para confeccionar à mão uma bolsa “baguette”, que demora aproximadamente 12 dias para ficar pronta. Uma edição limitada de apenas 100 modelos chegou há alguns anos atrás às lojas europeias, a preços que atingiam facilmente os US$ 3 mil. Hoje, no Palácio Fendi, a magnífica loja da grife em Roma, compradores do mundo todo se debruçam sobre criações como as bolsas Peekaboo e Spy, produzidas por artesãos da Toscana, com as mais suaves peles e com versões sob medida, que chegam a custar até £25 mil. É possível encontrar ainda hoje, nos ateliês romanos da FENDI, profissionais com mais de 40 anos na empresa. Os fornecedores também continuam imutáveis – artesãos do eixo Roma-Florença – sem nenhuma concessão da linha de produção a países asiáticos.


Mas, talvez a bolsa que retrate melhor toda essa preocupação da FENDI em investir nas pesquisas por materiais diferentes e em técnicas que possam expressar o luxo e a elegância seja a Straw Twins, uma peça versátil para a mulher moderna, que completa o visual de fim de semana, ótima para um passeio de barco ou ainda para ir às compras. O corpo da bolsa é todo feito em fibra de ráfia trançada e costurada à mão, e está disponível em sua cor natural dourada ou em preto. As alças em couro preto dão um toque de charme ao modelo, que tanto pode ser elegantemente carregada nas mãos, como pode ser pendurada no ombro, através de uma tira ajustável também em couro preto, assumindo um visual mais despojado. O tradicional logotipo da FENDI une as alças ao corpo da bolsa. Seu interior é forrado em tecido e não possui divisórias, o que facilita carregar um netbook ou aquela necessaire um pouco maior. Há apenas um bolso com zíper para levar os pertences menores. Todos os adornos em metal são dourados, desde o fecho magnético, o zíper do bolso interno, os pés que protegem a parte inferior da bolsa, até a plaquinha que leva o nome da marca.


Casa com elegância italiana 
A Fendi Casa está presente nos mais exclusivos projetos de design das mais prestigiadas residências e estabelecimentos comerciais ao redor do mundo. Apartamentos, vilas, iates e até jatos particulares levam assinatura da grife Fendi Casa, que alia o gosto pessoal do cliente com detalhes da marca e atenção à sustentabilidade. A Fendi Casa foi criada em 1989 e desde então desenvolve móveis de prestígio e objetos de decoração com um estilo irretocável. Em 2017, a marca inaugurou em Milão a primeira flagship exclusiva da linha de móveis para casa e design. O ambiente tem uma atmosfera intimista, com tons claros e pisos de madeira, pensados para realçar os móveis e objetos expostos. A inauguração da primeira loja da Fendi Casa na Via Montenapoleone marca um grande passo no universo do design. O espaço é um tributo ao DNA da marca, e muito próximo da butique de acessórios e roupas, o que reafirma seus valores.


O Palácio 
Em 2005, a FENDI celebrou seu 80º aniversário com a abertura de sua nova sede, o PALAZZO FENDI em Roma, no número 48 da Via di Fontanella Borghese, a cinco minutos a pé da escadaria da Piazza di Spagna. Em março de 2016, depois de 11 meses de reforma, a marca reinaugurou o PALAZZO FENDI, que passou a reunir a maior loja da marca no mundo, um restaurante e o primeiro e exclusivíssimo hotel da FENDI, com apenas sete suítes. Agora o consumidor pode comprar a última versão da bolsa Peekaboo, jantar no badalado japonês Zuma e dormir o sono dos justos, tudo isso em um mesmo lugar. Com cinco andares, a construção do século 17 serviu como um presbitério e depois de endereço para o clã Boncompagni-Ludovisi, uma das famílias aristocráticas mais antigas de Roma, que possui o Papa Gregório XIII entre os seus antepassados, e desde 2005 abrigava uma loja e escritórios da marca.


Na flagship (no térreo) com mais de 850 m², que reúne obras de arte e peças de design da coleção da grife, é possível observar a Baguette Wall, uma espécie de quadro com versões incríveis da it-bag lançada em 1997, que mais parecem flutuar - uma instalação digna de museu de arte contemporânea. Além disso, a enorme loja abriga um ateliê com artesãos trabalhando ao vivo e serviço de personalização de peças. Já no Fendi Private Suites, a recepção se resume a uma imponente mesa de acrílico, e é preciso pegar um dos dois elevadores para ter acesso de fato ao hotel, no terceiro andar, e cujas suítes são decoradas, naturalmente, com móveis e objetos da Fendi Casa. Hoje, toda a área comum do hotel, cujas diárias custam entre US$ 750 e US$ 1.900, mais parecem uma casa: é repleta de livros e objetos dos acervos da FENDI, como interpretações da bolsa Baguette feitas por diferentes artistas. O espaço ainda oferece o Palazzo Privé, um salão privado concebido para sediar eventos dos hóspedes ou de clientes especiais. No último andar está instalado uma unidade do badalado restaurante londrino Zuma, que serve comida japonesa.


Muita controvérsia 
Por muito tempo, as peles de animais foram banidas das passarelas, em nome da moda politicamente correta. Pele e couros sintéticos, no entanto, não se comparam ao luxo das peças autênticas, que aos poucos estão conquistando novamente seu lugar nos guarda-roupas de celebridades e, consequentemente, na alta costura. A FENDI tem lugar de destaque neste cenário, já que Karl Lagerfeld é o estilista que mais revolucionou a arte de trabalhar com peles. Basta entrar no site oficial da marca para perceber o uso de couros de cobras e peles de ursos, entre outros animais, em suas peças. E foi justamente isso que fez com que a marca italiana se tornasse um dos principais alvos de ativistas e associações que defendem os direitos dos animais. Um exemplo do mais recente protesto ocorreu no mês de julho de 2011 na Coréia do Sul, em que muitos ativistas despedaçaram um animal de mentira e deixaram escorrer sangue falso do mesmo sobre o nome FENDI. Os ativistas também pediram apoio em uma campanha de boicote à grife italiana. O próprio Karl Lagerfeld, em uma entrevista recente colocou ainda mais “lenha” nessa polêmica discussão: em um mundo onde se come carne, utilizar o couro para sapatos, roupa e bolsas torna a discussão sobre as peles infantil. Mesmo com toda essa controvérsia ao longo dos anos e sob pesados protestos, em 2015 a FENDI apresentou 36 casacos de pele no desfile de outono/inverno durante a Semana de Moda de Paris. E anunciou que um dos casacos poderia ser vendido por €1 milhão. O tal modelo era feito de pele de zibelina, uma espécie de marta castanho-escura encontrada na Europa e partes do norte da Ásia, e um dos mais valiosos animais produtores de pele.


A ousadia 
No dia 19 de outubro de 2007, a grife realizou, segundo especialistas de moda, o mais grandioso desfile da história utilizando como passarela a Grande Muralha da China. Foram 500 convidados, entre eles celebridades chinesas como a atriz Zhang Ziyi, 88 metros de passarela e supostos US$ 10 milhões para que 88 modelos desfilassem visuais (muitos na cor símbolo da China, o vermelho) com motivos circulares em uma coleção de inverno que evidenciava símbolos de prosperidade e felicidade. O megaevento fez parte da estratégia do grupo de LVMH, de promover o nome da grife italiana de uma forma mais agressiva, especialmente no próspero e emergente mercado chinês.


A evolução visual 
A identidade visual da marca passou por algumas remodelações ao longo dos anos. Somente em 1965 surgiu o tradicional logotipo com os duplos F invertidos (chamado de “Zucca”). Em 2000 a marca passou a utilizar um logotipo somente com o nome FENDI. Mas apesar disso, o símbolo com os duplos F invertidos continua a ser usado, tanto em sua comunicação, como em seus produtos. Em 2013 a marca apresentou seu logotipo atual, com uma nova tipografia de letra (mais arredondada) e com a palavra Roma abaixo do nome, deixando clara a origem e a estreita relação da FENDI com a capital italiana.


Dados corporativos 
● Origem: Itália 
● Fundação: 25 de setembro de 1925 
● Fundador: Adele Casagrande e Edoardo Fendi 
● Sede mundial: Roma, Itália 
● Proprietário da marca: LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A. 
● Capital aberto: Não (subsidiária) 
● CEO: Pietro Beccari 
● Estilista: Karl Lagerfeld e Maria Silvia Fendi Venturini (acessórios) 
● Faturamento: €1 bilhão (estimado) 
● Lucro: Não divulgado 
● Lojas: 200 
● Presença global: 120 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 900 
● Segmento: Moda de luxo 
● Principais produtos: Roupas, bolsas, relógios, óculos e perfumes 
● Ícones: O logotipo composto por duas letras F e os casacos de pele 
● Website: www.fendi.com 

A marca no mundo 
Atualmente a marca italiana possui mais de 200 lojas próprias (das quais mais de uma dúzia são consideradas Flagship Stores) distribuídas por 60 países e mais de 850 pontos de vendas localizados em luxuosas lojas de departamento, que comercializam sua vasta gama de produtos, como peles e artigos em couro, roupas, coleções esportivas, acessórios, perfumes, relógios e óculos. Aproximadamente 80% de toda sua produção é exportada para outros países, especialmente Estados Unidos, Ásia e Europa. Em 2016 a marca italiana faturou estimados €1 bilhão. 

Você sabia? 
Em meados da década de 1960, Karl Lagerfeld criou o termo “Fun Fur” (pele divertida), que mais tarde tornou-se assinatura do logotipo duplo F da marca ao redor do mundo. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Isto é Dinheiro, Exame e Vogue), jornais (Valor Econômico, Folha e Estadão), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 24/8/2017

Um comentário:

Anônimo disse...

A Rosinha adora a FEEEEEEEEEEENDIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII