7.6.06

GUCCI


Vestidos deslumbrantes. Alguns com decotes provocativos. Perfumes com aromas exóticos e inconfundíveis. Sapatos clássicos com ares modernos. Bolsas que são carregadas por lindas e famosas mulheres nos quatro cantos do mundo. Tudo renomado pela criatividade, inovação e a tradição artesanal italiana. Celebridades, escândalos, enormes fortunas e muito glamour sempre foram associados ao nome GUCCI, marca que mais sintetiza a pura elegância italiana no mercado de luxo. 

A história 
Guccio Gucci nasceu no dia 26 de março de 1881 em Florença, no norte da Itália. Filho de um artesão de origem humilde, ele adquiriu bom gosto e elegância encantando-se com o luxo das malas com brasões das famílias nobres enquanto trabalhava como ascensorista, maleiro e posteriormente maître no famoso e requintado hotel Savoy de Londres na virada do século 19. Em 1921, depois de seu retorno para cidade de Florença, abriu uma pequena loja com suas economias - 30 mil liras na época - cujo intuito era vender acessórios de viagem (malas e valises de luxo), feitos em couro de alta qualidade proveniente da região da Toscana, pelos melhores artesãos, incluindo membros da sua própria família. Sua modesta loja era apenas um reflexo de seu estilo: ele andava sempre bem vestido e impecável pelas ruas de Florença. E não demorou muito para a alta burguesia e a nobreza florentina reconheceram a excelência e originalidade dos produtos e, em pouco tempo, a marca superou os limites da cidade, impondo-se como uma das mais conhecidas e preferidas entre a elite italiana. Com o aumento das vendas, ele conseguiu abrir atrás de sua pequena loja, uma modesta oficina para produzir suas próprias mercadorias.


Necessitando expandir seu negócio a empresa inaugurou uma fábrica maior em Lungarno Guicciardini em 1937. Foi a partir deste ano que estribos e franjas estilizados se tornaram a assinatura equestre da marca italiana. Em poucos anos os produtos da marca, que incluíam malas, baús de viagem, luvas, sapatos e cintos, com um design de inspiração equestre, atraíram uma clientela ainda mais sofisticada e internacional. Com o grande sucesso de seu negócio e clientes famosos, a marca abriu sua primeira grande loja na cidade de Roma em 1938 no sofisticado endereço da Via Condotti. No ano seguinte seus filhos, Aldo, Vasco e Ugo, ingressaram no negócio. Em 1947 a GUCCI lançou no mercado o que viria a se tornar um ícone da marca: a bolsa com alça de bambu japonês, que literalmente seduziu com seu charme e elegância centenas de celebridades pelo mundo afora. A novidade foi uma forma original encontrada por Guccio para lidar com a escassez de materiais causada pela Segunda Guerra Mundial. Pouco tempo depois, em 1951, o estilista inaugurou uma loja na cidade de Milão em plena Via Montenapoleone. Nesta época surgiu a assinatura vermelha e verde, que se tornaria marca registrada da grife.


No dia 2 de janeiro de 1953 morreu Guccio Gucci aos 72 anos, 15 dias antes da inauguração da primeira loja da marca no exterior, localizada no Savoy Plaza Hotel em Nova York, onde as celebradas estrelas de Hollywood contribuíram e muito para que a marca italiana brilhasse nas principais capitais do luxo. Comandada agora pelos filhos do fundador, Aldo e Rodolfo, a GUCCI iniciou um audacioso plano de expansão pelo território americano com a inauguração de lojas em cidades como Filadélfia, San Francisco, Beverly Hills e Palm Beach. Ainda em 1953 a marca lançou outro ícone, o horsebit loafer, calçado estilo mocassim com fivela de metal, além de uma faixa frontal de tecido nas cores verde e vermelha, um dos principais símbolos de identificação da marca no mundo, que se tornou presença garantida no guarda-roupa de homens chiques e modernos. Nesta época, celebridades como Sofia Loren, Ingrid Bergman, John Kennedy e sua então esposa Jacqueline Kennedy eram alguns dos fiéis clientes da marca. Essas celebridades eram constantemente fotografadas portando artigos clássicos da marca, como a bolsa de couro com alça de bambu ou o mocassim com fivela de metal. Isso contribuiu para transformar a GUCCI na marca queridinha nos bastidores de Hollywood. Somente em 1955 surgiu o icônico GG (duas letras G, uma normal e outra invertida, entrelaçadas), que rapidamente se tornou outra marca registrada da GUCCI. O novo logotipo começou aparecer em todas as bolsas, malas e acessórios em couro da marca, dando um ar mais aristocrático aos produtos.


Na década seguinte, após introduzir os tecidos estampados com as duas letras G entrelaçadas e a estampa floral criada especialmente para Grace Kelly, a empresa já vendia seus produtos em lojas próprias nas cidades de Londres (inaugurada em 1967, sendo a primeira na Europa fora da Itália), Paris, Tóquio (1971), Chicago e Hong Kong. Além disso, Grace Kelly, Peter Sellers e Audrey Hepburn contribuíram para que a marca se tornasse sinônimo de bom gosto e sofisticação na badalada Hollywood, ganhando inúmeros adeptos entre as estrelas do cinema mundial. Em 1974, existiam 14 lojas e 46 franquias da GUCCI em todo o mundo, muito graças à expansão que Aldo realizou, especialmente para o mercado japonês. Ele também diversificou a linha de produtos com o lançamento de perfumes, promovendo assim um novo negócio dentro da empresa para que seus filhos, membros da terceira geração, pudessem trabalhar. Já a década de 1980 foi marcada pela criação da coleção prêt-à-porter, lançada com grande pompa em importantes desfiles de moda.


Em 1989, quando a imagem da marca começava a se deteriorar no mercado de luxo, Domenico Del Sole, funcionário de um dos escritórios americanos de advocacia que prestavam serviços à GUCCI, foi indicado para moderar e buscar soluções para as divergências internas da empresa, especialmente entre membros da família. No mesmo período, com a saída de Aldo do comando, a empresa de investimento árabe Investcorp adquiriu 50% do capital da GUCCI. Maurizio, o último membro da família trabalhando na empresa, acabou vendendo sua participação acionária em 1993 por não se entender com o grupo de investidores. Com Maurizio fora de cena, a GUCCI passou a ser liderada por Domenico Del Sole, que transferiu a sede da empresa de Milão para Casellina e nomeou o estilista Tom Ford - que já trabalhava na grife desde 1990 - como diretor de criação. Começava aí a nova fase da GUCCI. Além do relançamento das bolsas com alças de bambu e dos mocassins com bridão, da bolsa Horsebilt Clutch, que se tornou um sucesso entre as estrelas de Hollywood, ele passou a assinar todas as coleções, escolher os fotógrafos, decidir o tema das campanhas publicitárias e até opinar na arquitetura e decorações das lojas. Os rostos nas campanhas também mudaram. Audrey Hepburn e Grace Kelly deram lugar à Madonna e Tina Turner. As coleções cheias de sensualidade eram bem acolhidas pela imprensa especializadas e um investimento milionário em campanhas para lá de provocativas foi realizado.


Em 2000 a empresa pertencia a um grupo de acionistas, entre eles Bernard Arnault (dono do grupo de luxo LVMH) e François Pinault (então dono do grupo PPR). Embora Arnault quisesse aumentar suas ações para ter mais controle sobre a empresa, Del Sole e Tom Ford conseguiram privilegiar Pinault, que através de negociações meio que impostas, foi aumentando seu capital até tornar-se o único proprietário da GUCCI em 2004. No mesmo ano, Del Sole e Ford saíram da empresa e a estilista de ascendência romena Frida Giannini passou a responder pela direção de criação da marca. Com dinheiro em caixa e criatividade de sobra, a GUCCI voltou aos editoriais e às capas de renomadas revistas de moda. Foi a mais retumbante volta por cima da moda internacional, criando uma tendência no mercado do luxo.


No dia 8 de fevereiro de 2008 foi inaugurada a maior loja da grife italiana no mundo. Com uma espaçosa área de 14.020 m², a loja possuía três andares totalmente climatizados e iluminados naturalmente. Expressando todo o requinte da marca italiana, o interior da loja apresentava detalhes decorativos como suportes de vidro e ouro polido. Além disso, o exterior do prédio revestido de vidro brilhante compunha uma visão admirável para aqueles que o viam. A sofisticação da GUCCI foi rigorosamente traduzida nesta nova loja, que, entre outros detalhes de luxo, tinha o piso coberto de mármore branco, com algumas listras de mármore preto, se estendendo pelas paredes e pelo teto. O revestimento das maçanetas das portas se alternava em ouro e vidro com listras. Minuciosos detalhes que proporcionavam uma experiência única aos clientes e admiradores que a visitavam. Projetada por Frida Giannini, diretora criativa da marca e pelo célebre arquiteto James Carpenter, a nova flagship tinha andares extremamente luxuosos e estava localizada em plena 5ª Avenida em Nova York. Para causar expectativa e interação com o público, a marca lançou o site GucciLovesNY na semana da moda na cidade. Os visitantes do site concorriam a uma bolsa exclusiva da marca. Para participar era só enviar uma foto usando algum acessório GUCCI no lugar preferido de Nova York.


A GUCCI inaugurou sua primeira loja no Brasil no final deste mesmo ano, no Shopping Iguatemi em São Paulo. A loja abriu as portas em 30 de novembro contando com 470 m² e seguindo o mesmo projeto da unidade de Nova York. Nas araras, inúmeras peças: do prêt-à-porter aos perfumes, passando pela coleção masculina completa de acessórios, sapatos e lançamentos simultâneos com as principais flagships ao redor do mundo. Nos anos seguintes, o logotipo da grife italiana brilhou nas mãos da estilista Frida Giannini, responsável pelos acessórios e o prêt-à-porter feminino e masculino. A estilista conseguiu equilibrar doses certas de elegância, sensualidade e modernidade, além de inserir a marca no âmbito cultural. Em janeiro de 2015 a marca foi repaginada e ganhou um visual jovem após a promoção do designer romano Alessandro Michele para o cargo de diretor criativo. O jovem talento trouxe para as peças e artigos da marca influências de décadas passadas, principalmente a de 1970, estampas geométricas, superfícies metalizadas, cores da estética vintage, e questões consideradas polêmicas como a quebra do tabu da liberdade de escolha e igualdade de gênero. Em suas campanhas e nas passarelas, esqueça qualquer padrão - há espaço para narigudos, albinos, muitos negros, trans, ruivos, magros e gordos. Idade tampouco é uma questão: as atrizes Vanessa Redgrave e Faye Dunaway, de 81 anos e 77, estrelaram recentes publicidades da marca. Com isso conquistou de vez a clientela millennial, pessoas entre 18 e 35 anos, que passaram a idolatrar a GUCCI.


A linha do tempo 
1925 
Lançamento das malas de viagem feitas com couro maleável. 
1932 
Lançamento dos sapatos tipo mocassim. 
1964 
Lançamento do cinto com fivela contendo as famosas as iniciais de Guccio Gucci. 
1969 
Lançamento da bolsa com alça para o ombro (inicialmente batizada de HOBO), especialmente desenvolvida e criada para Jacqueline Kennedy, que até hoje é conhecida como “Jackie O”. O modelo foi relançado em 1999, vendendo o número recorde de seis mil peças. 
1974 
Lançamento do primeiro perfume da marca italiana. 
1979 
Criação da GUCCI ACCESSORIES COLLECTION (GAC), divisão responsável por produtos como perfumes, canetas, relógios, isqueiros, entre outros acessórios. 
1997 
Lançamento do perfume feminino ENVY com fragrâncias florais. 
1999 
Lançamento do perfume RUSH acondicionado em um frasco moderno e jovial. 
2001 
Lançamento do perfume feminino RUSH 2, feito de uma composição de essências de madeira de palmeira, flor de narciso, lírio do vale, frésia, gardênia, rosa e almiscar, resultando em um aroma refrescante. 
2008 
Lançamento de uma coleção exclusiva chamada GUCCI LOVES NY. Desenhadas por Frida Giannini, as peças desta linha faziam uma homenagem a cidade de Nova York e somente podiam ser adquiridas na loja da 5ª Avenida. Entre elas estavam jaquetas e bolsas de couro, material ícone da marca. 
Lançamento de uma coleção especial com edição limitada, chamada 8-8-2008. Oito exclusivos acessórios que remetiam à esportes de competição foram desenvolvidos por Giannini, como o relógio I-Gucci, equipado com tecnologia digital, pulseira vermelha de couro e detalhes cromados. Porém, a peça mais inusitada desta coleção foi a bicicleta vermelha com listras verdes, equipada com lanterna e duas charmosas bolsas GUCCI sobre a roda traseira. 
Lançamento do perfume GUCCI by GUCCI, com notas de goiaba, mel e florais. Essa cheirosa combinação vinha embalada em um frasco marrom com estilo art déco, contendo o logotipo da marca em letras douradas. A garota-propaganda da fragrância foi a brasileira Raquel Zimmerman. 
2009 
Lançamento do perfume feminino FLORA By GUCCI
2010 
Lançamento de sua primeira linha de roupas e acessórios infantis. A linha possuía duas coleções: uma dedicada às crianças mais crescidinhas e outra para os bebês. Entre as peças da coleção baby, era possível encontrar grandes clássicos da marca, entre eles os famosos trench em dimensões micro, mas também babadores e macaquinhos. Para festejar o lançamento desta nova linha, a marca anunciou a intenção de doar US$ 1 milhão à UNICEF para um programa de construção de escolas na África. 
Lançamento do perfume masculino GUCCI by GUCCI POUR HOMME SPORT, que evoca a liberdade de estar ao ar livre e o desejo pelo esporte. Ao mesmo tempo, doce e refrescante, a criação exclusiva desta fragrância garante que ela também seja bem acabada e complexa. 
Lançamento do perfume GUILTY. O conceito da fragrância dá ênfase na jovialidade e sensualidade urbana, e foi criado para mostrar o lado ousado e sexy da marca. Os rostos da campanha publicitária foram da cantora e atriz Evan Rachel Wood e do ator Chris Evans. 
2011 
Lançamento da coleção 1921, que em homenagem aos 90 anos da GUCCI propunha acessórios de prêt-à-porter masculinos e femininos, fazendo alusão ao universo da marca desde a época de sua criação. Clássicos da marca como bolsas e mocassins foram oferecidos em uma infinidade de cores e materiais. Bambu, pelica e crocodilo apareciam em tons de castanho escuro, rosa, caqui, verde e cereja. Todos os modelos levavam a assinatura G. Gucci Firenze 1921
A então diretora criativa da marca, Frida Giannini, assinou o FIAT 500 by GUCCI. Esta edição especial era uma versão personalizada do conhecido modelo citadino da montadora italiana, em colaboração com Centro de Estilo Fiat. Um dos detalhes mais marcantes deste modelo era uma faixa verde/vermelho/verde, típica da GUCCI, ao longo da carroceria, junto às molduras das janelas. 
2014 
Lançamento de uma linha de maquiagens com embalagens luxuosas, paleta de cores escolhida cuidadosamente e gama completíssima (mais de 200 itens). 
2015 
Lançamento do perfume feminino GUCCI BAMBOO, extremamente poderoso e inspirado na força e elegância do bambu. 
2016 
Lançamento da bolsa GG MARMONT, que rapidamente recebeu o selo de aprovação das fãs, principalmente por suas variações cheias de estilos, que misturam o passado e o presente da identidade GUCCI. Fugindo aos designs convencionais, as bolsas trazem opções com aplicações de patch, veludo, correntes e tudo que a nova imagem da GUCCI representa. 
2017 
Lançamento da GUCCI DÉCOR, primeira linha de decoração de interiores da marca, composta por almofadas, biombos, cadeiras, chaleiras, vasos, bandejas, peças de porcelana, tapetes, castiçais, velas, incensos e vários outros objetos que dialogam com as estampas, desenhos e estética romântica contemporânea da GUCCI. 
2019 
Lançamento do Mémoire d’une Odeur, primeira fragrância sem gênero da marca italiana. 
Lançamento da Globetrotter Suitcase, uma nova mala de viagem estampada com monogramas da grife italiana, alças de apoio e rodinhas 360°.


Uma família polêmica 
O reconhecimento da marca como ícone de sofisticação trouxe fama, dinheiro e, sobretudo, traições e conflitos familiares, especialmente na década de 1980, depois que Aldo Gucci foi citado em um escândalo de fraude fiscal que atingiu a cifra de US$ 7 milhões. Batalhas judiciais, desentendimentos e intrigas entre os membros da família colaboraram para que grife entrasse em um período de inércia criativa, além de problemas financeiros e a frequente citação da palavra “falência”. Nesta época, arremessos de cinzeiros e palavrões eram comuns na sala de reuniões da diretoria. Em 1989, uma empresa de investimentos árabe, a Investcorp, adquiriu aproximadamente 50% do comando da GUCCI. Para completar, na manhã do dia 27 de março de 1995, o último membro da família a dirigir a empresa, Maurizio Gucci, sobrinho de Aldo e neto do fundador da grife, foi assassinado com quatro tiros nas costas quando chegava a seu escritório, na cidade de Milão, a mando de sua ex-mulher, Patrizia Reggiani. Anos depois, Patrizia, conhecida como Viúva Negra pela imprensa italiana e condenada a 26 anos de prisão, pediu permissão à justiça para cumprir a sentença em prisão domiciliar. Misteriosamente, todos os funcionários que trabalhavam na papelada do caso foram acometidos por sintomas como irritação na garganta, pele rachada e enjoos. A doença desconhecida foi apelidada de “a maldição de Maurizio”, pois muitos acreditavam que se tratava de uma manobra sobrenatural do fantasma do executivo para impedir que sua ex-esposa saísse da cadeia. Tal processo foi abandonado, já que todos os funcionários da justiça de Milão se recusaram a mexer nos papéis da apelação. Ela foi colocada em liberdade condicional no mês de setembro de 2013. Tudo isso está detalhadamente narrado no livro “Casa Gucci” que relata os bastidores da saga da marca italiana. Já a ideia de um longa-metragem sobre essa melancólica e polêmica história da família circula em Hollywood há alguns anos. Só resta esperar um filme com esse roteiro.


Eternizando a história 
No dia 26 de setembro de 2011, a marca italiana resolveu eternizar sua história com a inauguração do GUCCI MUSEO na pitoresca cidade de Florença, em plena Piazza della Signoria. O museu ocupava três andares do Palazzo della Mercanzia, um deslumbrante palácio construído em 1337. O aconchegante museu contava em detalhes a trajetória de Guccio Gucci e como sua marca tornou-se uma grife de prestígio internacional. O museu apresentava um grande e valioso acervo de peças antigas, algumas delas verdadeiros clássicos da marca italiana, como as bolsas de bambu usadas por Jackie Onassis e Sofia Loren, acessórios de esportes, as primeiras malas de viagens, coleções prêt-à-porter, um Cadillac Seville com a característica estampa da marca, entre muitos outros itens. Eram bolsas, roupas, sapatos, cintos, malas, chapéus e vestidos de gala que podiam ser vistos em uma linha de evolução que mantinha a originalidade da marca. Além disso, vídeos mostravam como o couro é trabalhado e a maneira como são feitos os exclusivos produtos da marca, a mão, demostrando o cuidado que cada peça demanda. Para completar, o espaço contava ainda com um charmoso café, uma loja (que oferecia produtos exclusivos da marca encontrados somente ali) e uma agradável livraria especializada em moda, arte e fotografia.


Recentemente, no início de 2018, o museu foi reformulado e rebatizado como GUCCI GARDEN, e se transformou em um espaço criativo e colaborativo que reúne arte, moda, gastronomia e história. O primeiro e segundo andares abrigam seis diferentes salas, inclusive um cinema, que exploram a história da grife, sua identidade, a evolução da logomarca e do conceito de suas coleções. Também é possível encontrar uma loja conceito que vende itens exclusivos, de roupas e acessórios a artigos de decoração e revistas. Outra novidade é a Gucci Osteria, restaurante idealizado por Massimo Bottura, chef com 3 estrelas Michelin no currículo.


A evolução visual 
A identidade visual da marca italiana passou por algumas alterações ao longo dos anos. Após adotar, em meados da década de 1950, o tradicional símbolo GG, que continha duas letras G, uma normal e outra invertida, entrelaçadas; há poucos anos atrás a marca apresentou uma nova identidade visual, que além da cor preta ganhou também a versão dourada e com tipografia de letra mais afinada. Apesar disso, o símbolo GG continua sendo utilizado em muitos de seus produtos.


Dados corporativos 
● Origem: Itália 
● Fundação: 1921 
● Fundador: Guccio Gucci 
● Sede mundial: Florença, Itália 
● Proprietário da marca: Guccio Gucci S.p.A. 
● Capital aberto: Não (subsidiária da Kering S.A.) 
● CEO & Presidente: Marco Bizzarri 
● Diretor criativo: Alessandro Michele 
● Faturamento: €8.3 bilhões (2018) 
● Lucro: €3.2 bilhões (2018) 
● Valor da marca: US$ 15.949 bilhões (2019) 
● Lojas: 577 
● Presença global: 120 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 9.500 
● Segmento: Moda de luxo 
● Principais produtos: Roupas, bolsas, calçados, perfumes e acessórios de luxo 
● Ícones: A bolsa com alça de bambu e o mocassim com fivela 
● Website: www.gucci.com 

O valor 
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca GUCCI está avaliada em US$ 15.949 bilhões, ocupando a posição de número 33 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2019. 

A marca no mundo 
A luxuosa marca italiana tem mais de 575 lojas próprias ao redor do mundo, presença em mais de 120 países e faturamento de €8.3 bilhões (dados de 2018). Além do Chile, o Brasil é o outro país na América do Sul que possui lojas da GUCCI. São ao todo dez lojas: em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba. A loja do shopping JK Iguatemi, em São Paulo, é dedicada exclusivamente ao público masculino. Atualmente a marca, controlada pelo grupo Kering (proprietário também das grifes Saint Laurent, Bottega Veneta, Boucheron, Stella McCartney, Balenciaga e Alexander McQueen), produz e vende bolsas, malas de mão e outros acessórios de couro (que representam 59% do total de vendas), sapatos (13%), roupas, gravatas, perfumes e relógios, além de uma linha para decoração. Em relação à participação de mercado para a marca, o maior é a região Ásia-Pacífico (36%), seguido pela Europa (29%), América do Norte (21%) e do Japão (8%). 

Você sabia? 
A marca italiana tem mais de 90 perfumes em sua base de fragrâncias. A edição mais antiga foi criada em 1974 e a mais recente em 2019. 
O sultão de Brunei foi responsável pelo maior pedido que a GUCCI já recebeu: 27 jogos de malas em couro de crocodilo no valor de US$ 2.4 milhões. 
Em 7 de fevereiro de 2019, a marca retirou de todas as suas lojas um suéter que recebeu muitas críticas e acusação de racismo. A peça era preta com gola alta que subia até a altura do nariz, e ao redor da boca havia um recorte simulando lábios vermelhos. Muitos associaram a peça à prática do “blackface” e a um personagem de um livro infantil tido como o mais racista da história, chamado “As aventuras do pequeno Sambo Negro”. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek, Exame e Isto é Dinheiro), jornais (O Globo), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand), Wikipedia (informações devidamente checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e Hoovers). 

Última atualização em 26/12/2019

4 comentários:

flavio gomes disse...

legal!!!!!

Unknown disse...

Incrível. Adoro essas histórias das marcas. Entender o universo e a identidade de cada uma
Amei a Gucci <3

Tamine Dal Mago disse...

Muito bem narrada a história dessa marca. Precisa apenas de uma atualização, pois hoje o diretor criativo trata-se de Alessandro Michele, posto assumido em 2015. Com a entrada dele, a marca foi reposicionada para atender melhor os desejos do público-alvo, que prefere gastar com peças exclusivas a exibir produtos adornadas com logotipos que ostentam seus preços.

Unknown disse...

Que história maguinifeca