10.5.06

WWF


Em tempos remotos, a quantidade de animais e plantas no planeta era tanta, que o homem não chegava a representar qualquer tipo de ameaça às espécies existentes. Isto em tempos bem remotos. Nos dias de hoje, com a inoperância dos governos mundiais em questões de proteções ambientais, a maior autoridade nesse assunto é constituída por apenas três letras: WWF. A marca, porque gostem ou não virou uma grife em defesa do meio ambiente e da vida selvagem, e representada por um simpático urso panda em seu logotipo, pode afirmar confortavelmente que teve, e ainda continua tendo, um papel crucial e relevante na evolução do movimento ambientalista mundial. 

A história 
A história do WWF – abreviação para World Wide Fund For Nature, uma das mais renomadas e influentes ONG’s ambientalista do planeta, começou na década de 1960. Mais precisamente, em 1961, quando um grupo de cientistas, liderados pelo Dr. Max Nicholson e que incluía ainda o biólogo Julian Huxley e o ornitólogo e pintor Peter Scott, preocupados com a devastação da natureza e seus efeitos sobre o planeta, assinou no dia 29 de abril na pequena cidade de Morges na Suíça um manifesto convocando uma ação mundial com o objetivo de interromper a caça de animais ameaçados de extinção e a destruição de seus habitats. Batizado de “Manifesto Morges”, este documento se tornou a base para a primeira organização “verde” global, a World Wildlife Fund (conhecida apenas como WWF), que inaugurou seu primeiro escritório no dia 11 de setembro na própria cidade de Morges. O Príncipe Philip, Duque de Edimburgo e marido da Rainha Elizabeth II e o Príncipe da Holanda Bernhard of Lippe-Biesterfeld, também foram idealizadores e fundadores da organização.


No começo, o trabalho da organização consistia principalmente na proteção de florestas e animais ameaçados de extinção. O interesse nessas espécies foi despertado não apenas por sua beleza, mas pelo papel que desempenham dentro de uma complexa cadeia na qual o desaparecimento de uma única espécie pode causar sérias consequências e desestabilizar todo um ecossistema. Depois de sua criação oficial na Suíça, o WWF percebeu que precisaria ter alcance global, mas com ações locais.


Começou então a estabelecer suas organizações nacionais, primeiro no Reino Unido e nos Estados Unidos, enquanto ao mesmo tempo estudava investimentos em projetos em pontos diferentes do planeta. Em seus primeiros três anos de funcionamento, a organização arrecadou e investiu quase US$ 1.9 milhões em projetos de conservação. Os primeiros locais atendidos pelos programas do WWF incluíram as ilhas Galápagos (Equador), o Quênia e a Costa Rica. Ao longo dos anos, a organização foi ampliando sua presença e chegou a outros pontos do mundo, seja por meio de projetos isolados e campanhas ou com a instalação de novas organizações nacionais.


A história do WWF no Brasil começou em 1971 quando iniciou seu trabalho no país apoiando os primeiros estudos feitos sobre um desconhecido primata ameaçado de extinção originário do Rio de Janeiro. Esse trabalho pioneiro viria a se transformar no Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado, um dos mais bem-sucedidos do gênero no mundo, que há mais de 40 anos vem sendo executado pelo WWF em parceria com outras organizações. Pouco depois, em 1976, o WWF lançou seu primeiro programa marinho, levando proteção para locais de procriação de tartarugas marinhas e a criação de santuários para baleias, golfinhos e focas. Em 1980, o WWF já havia se firmado como a primeira organização conservacionista a trabalhar na China, buscando alternativas para proteger o urso panda gigante, um símbolo daquele país e seriamente ameaçado de extinção. Foi na década de 1980 que a presença do WWF no Brasil aumentou com o apoio dado aos primeiros anos do Projeto Tamar, entre outras iniciativas. Ao optar por trabalhar com parceiros locais, o WWF ajudou a criar e fortalecer várias entidades ambientalistas que hoje ocupam lugar de destaque na área da conservação em nosso país. Foi somente no dia 30 de agosto de 1996 que o WWF-BRASIL foi criado oficialmente. Neste momento o Brasil se tornou a 25ª organização nacional da rede WWF e a primeira da América Latina. A missão atual do WWF-BRASIL é “Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, em benefício das gerações atual e futura”.


Em 1998, foi publicado o primeiro WWF Living Planet Report (LPR), relatório contendo estimativas da mudança de estado da natureza com base na mudança de populações de animais vertebrados; que também continha uma estimativa da pressão e do impacto das atividades humanas sobre o planeta. Em cinco décadas, a organização cresceu e transformou-se, ampliando suas atividades e ações. Assim, passou de um pequeno grupo de defensores da natureza para uma rede mundial de defesa do meio-ambiente. A rede é apoiada por pessoas de origens diferentes, preocupadas com o mesmo objetivo: garantir a preservação do planeta em que vivemos. Hoje, a organização também está preocupada em combater os diversos tipos de poluição que afetam o solo, a atmosfera, a água doce e os oceanos, indispensáveis para a manutenção da vida humana. Além disso, o WWF está em busca constante de novas formas de utilização sustentável dos recursos naturais do planeta.


Há alguns anos atrás o WWF se viu envolvido em uma enorme polêmica. Isto porque o rei Juan Carlos, presidente honorário da organização na Espanha desde 1968, havia participado de um safári em Botswana, no qual tomou parte em uma caçada de elefantes e, após uma queda, acabou se ferindo. O rei de Espanha fraturou a bacia, teve que ser submetido a uma operação, mas a estadia no hospital não impressionou os defensores dos direitos dos animais, que muito o criticaram. Não restou outra saída para o WWF a não ser destituí-lo do cargo, em 2012, como forma de total repúdio ao ato do monarca, uma pessoa com tamanha responsabilidade.


Mais recentemente, em outubro de 2014, o WWF-Brasil iniciou uma nova modalidade de contribuição. Por meio dela, é possível “adotar” uma espécie animal, doar uma quantia em dinheiro e, assim, ajudar a entidade em seus programas de conservação. A campanha “Adote uma Espécie” tem o objetivo de custear programas como o monitoramento da espécie, o aumento e a expansão do habitat protegido e a redução dos impactos humanos no ambiente natural. Além disso, a contribuição mensal (a partir de R$ 54,90) também ajuda outros projetos de conservação da região. Em um primeiro momento, a campanha começou com o animal símbolo da organização e que está em sério risco de extinção: o urso panda. Pouco depois mais dois animais entraram na lista de adoção: arara-azul e boto. Ao “adotar” um animal, o doador recebe em sua residência um kit contendo um boneco de pelúcia (do respectivo animal), um certificado, um folder com informações sobre o WWF-Brasil e sobre a espécie, além de um adesivo personalizado. A ideia é que, de tempos em tempos, outras espécies possam ser “adotadas”. A campanha também acontece em outros países com animais como elefante africano, tigre, urso polar, leopardo das neves, panda vermelho, coala, gorila, lobo cinza, orangotango, orca e mais de 80 espécies ameaçadas de extinção.


Um marketing criativo e inteligente 
O WWF sempre primou por chamar a atenção através de suas ações de comunicação inteligentes e diferenciadas que causem impacto em seu público alvo ou na sociedade. Talvez seja uma das organizações que melhor faz isso através de campanhas impactantes e criativas. Em uma dessas campanhas, com o objetivo de alertar que a vida selvagem está desaparecendo da face da terra, a agência de publicidade Scholz & Friends de Berlin, resolveu utilizar logotipos de empresas conhecidas como a francesa Peugeot, a americana Metro Goldwin Mayer (MGM) e a alemã Löwenbräu, que possuem algo em comum: animais em seus logotipos, neste caso específico leões. Com a frase “Wildlife is disappearing” (em português “A vida selvagem está desaparecendo”), os logotipos eram mostrados sem seus principais símbolos: os leões. Uma campanha simples, objetiva e de forte personalidade, alertando para um dos problemas sérios causados pela ação do homem na natureza.


Em outra campanha, utilizou poucas palavras para dizer muito. Criada pela agência Ogilvy & Mather de Bangkok para tentar nos alertar contra a terrível e imprudente destruição de nossas florestas, nos anúncios podemos ver troncos ou pedaços de madeira, resultante do desmatamento predatório, revestidos com peles de animais, passando-nos a ideia de que o desmatamento não somente destrói as árvores, mas também leva com ele centenas de vidas animais. Tudo seguido apenas por uma simples frase “Forests For Life”. Precisa dizer mais alguma coisa?



O nome 
Quando a ONG foi fundada a sigla WWF significava “World Wildlife Fund” o que foi traduzido como “Fundo Mundial da Natureza” em português. No entanto, com o crescimento da organização ao redor do planeta nas décadas seguintes, a atuação da instituição mudou de foco e, a partir de 1986, as letras passaram a simbolizar o trabalho de conservação da organização de maneira mais ampla, em vez de se concentrar em espécies selecionadas de forma isolada. Com isso, a sigla ganhou sua segunda tradução: “World Wide Fund For Nature” (ou Fundo Mundial para a Natureza). Atualmente, porém, a sigla WWF tornou-se tão forte internacionalmente que, para evitar confusão ou mensagens equivocadas misturadas através de fronteiras e idiomas, não se faz mais tradução para qualquer significado literal. Ou seja, agora é conhecida simplesmente como WWF, uma organização de conservação global. A única exceção é a América do Norte, onde o antigo nome de “Fundo Mundial para a Natureza” continua a ser utilizado. Hoje em dia, reconhecida internacionalmente pela simpatia e força da imagem do Panda, a marca WWF conta com uma forte credibilidade global associada à conservação da natureza.



A evolução visual 
O famoso logotipo da marca, um dos mais reconhecidos do mundo, foi inspirado em um urso panda gigante (fêmea), chamado Chi-Chi, que havia chegado ao tradicional zoológico de Londres em 1958, proveniente de Beijing. A escolha do animal como símbolo da organização foi baseada na campanha promovida na China para a preservação do urso panda. Conhecido em todo o mundo e considerado um representante das espécies ameaçadas de extinção, o mamífero reunia forma e cor ideal para o desenho de um símbolo atraente. Os primeiros desenhos, na verdade rabiscos, foram feitos pelo naturalista escocês Gerald Watterson. E baseado nesses desenhos, o ornitologista inglês Sir Peter Scott, um dos fundadores da organização, criou o famoso logotipo do WWF. Ao longo de mais de cinco décadas a marca evoluiu muito (ganhou a sigla WWF em 1986 e uma nova tipografia de letra em 2000), mas os traços característicos do urso panda continuam sendo uma parte do inconfundível símbolo da WWF.


Os slogans 
Together possible. 
For a living planet. 
Taking action for a living planet. 
The Panda Made Me Do It. (Reino Unido) 
Por um planeta vivo. (português) 
The future is our future. (Canadá) 
The Good Life. (Canadá)


Dados corporativos 
● Origem: Suíça 
● Fundação: 29 de abril de 1961 
● Fundador: Dr. Max Nicholson, Julian Huxley, Peter Scott, Guy Mountfort, Príncipe Philip e Bernhard of Lippe-Biesterfeld 
● Sede mundial: Gland, Suíça 
● Proprietário da marca: World Wide Fund For Nature 
● Capital aberto: Não (organização não governamental) 
● Presidente emérito: Príncipe Philip (Duque de Edimburgo) 
● Presidente: Yolanda Kakabadse 
● Diretor geral: Marco Lambertini 
● Arrecadação: €692 milhões (estimado) 
● Presença global: + 100 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Segmento: Conservação ambiental 
● Principais produtos: Pesquisas, consultorias e recuperação ambiental 
● Concorrentes diretos: Greenpeace, Conservation International e Peta 
● Ícones: O urso panda 
● Slogan: Together possible. 
● Website: www.wwf.org.br/wwf.panda.org 
 

A marca no mundo 
Com mais de cinco milhões de associados e 6.200 voluntários distribuídos em seis continentes, o WWF é a maior ONG deste segmento no mundo, atuando ativamente em mais de 100 países nas áreas de conservação, investigação e recuperação ambiental. O WWF é composto por 80 organizações e escritórios que têm como característica a presença tanto local quanto global e o diálogo com todos os envolvidos na questão ambiental: desde comunidades como tribos de pigmeus Baka nas florestas tropicais da África Central até instituições internacionais como o Banco Mundial e a Comissão Europeia. Além disso, o WWF edita livros, revistas e cartilhas que ensinam e alertam a necessidade de preservar o meio ambiente. E também atua no combate a destruição das florestas, contra a caça aos animais ameaçados de extinção, garantia da sustentabilidade dos recursos naturais renováveis, redução da poluição e do desperdício dos recursos naturais. A WWF ainda possui um Clube Corporativo que viabiliza oportunidades promocionais para empresas usarem o seu nome e logotipo como ferramenta promocional. Estima-se que sua arrecadação atingiu €692 milhões em 2015, 60% resultado de doações e 45% deste valor proveniente dos Estados Unidos, Reino Unido e Holanda. No Brasil, além da sede em Brasília, o WWF conta ainda com outros quatro escritórios: São Paulo (SP), Rio Branco (AC), Manaus (AM) e Campo Grande (MS). Atualmente, portanto, a instituição conta com ampla estrutura para atuar em escala nacional, trabalhando na Amazônia, no Pantanal, no Cerrado e na Mata Atlântica. 


Você Sabia? 
Desde a sua criação o WWF investiu mais de US$ 11.5 bilhões em aproximadamente 13.100 projetos, em 157 países. Atualmente, a atuação da organização conta com um investimento total de aproximadamente US$ 600 milhões anuais em 1.300 projetos de conservação do meio ambiente. 
Em 2009 o WWF lançou a campanha EARTH HOUR, um evento anual conclamando os líderes mundiais a tomarem medidas urgentes em relação as alterações climáticas. Durante uma hora, no dia 28 de março, marcos históricos de todo o mundo, incluindo o Sydney Opera House, a Acrópole, as Pirâmides, o Big Ben, a torre Eiffel, o Cristo Redentor e o Empire State Building, desligam suas luzes. 
Julian Huxley, um dos fundadores e idealizadores do WWF, é irmão de Aldous Huxley, célebre escritor da obra “Admirável Mundo Novo”. Além de ser fundador do WWF, ele esteve envolvido na criação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Newsweek, BusinessWeek, Exame, Isto é Dinheiro e Época Negócios), jornais (Valor Econômico, O Globo, Estadão e Meio Mensagem), sites especializados em Marketing e Branding (Mundo do Marketing) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 


Última atualização em 6/6/2016

2 comentários:

Anônimo disse...

aew cara teu blog foi de muita ultilidade parabens aew tive un trabalho da escola sobre ongs e peguei tudo aki

Unknown disse...

Parabéns,essa publicacão foi demais,desenvolvi um trabalho p disciplina de Maerketing sobre a WWF, e retirei varias informações daqui,muito completo!
excelente!