29.5.06

ELLE


Descobrir Brigitte Bardot, apostar no talento de Pierre Cardin e Courrèges, impor o estilo de Coco Chanel, abrir espaço para Françoise Sagan e transformar tops como Twiggy e Jean Shrimpton em verdadeiros mitos: a revista ELLE fez tudo isso e muito mais. Por isso, é considerada uma das mais prestigiosas e influenciais revista feminina do mundo, abordando assuntos como moda, beleza, cultura e estilo de vida. De Paris à Xangai, ELLE guia e inspira milhares de leitoras, com uma moda moderna, bem-humorada e sexy. 

A história 
A história da revista ELLE começou em 1945 na França, em um conturbado período de pós-guerra que pedia dias melhores, mais bonitos e otimistas. Era a época perfeita para lançar uma revista para mulheres modernas, apaixonadas por moda e que queriam se sentir mais belas. Foi nesse clima que Hélène Gordon-Lazareff, com a ajuda de seu marido Pierre Lazareff, criou a revista, quando regressou a França, depois de ter permanecido nos Estados Unidos durante o período do segundo conflito mundial. Na altura, imaginou uma revista para as mulheres que deveria ser “séria dentro da frivolidade e irônica perante o grave”, declarou ela. A primeira edição de ELLE (que em francês significa simplesmente “ELA”), uma revista inicialmente semanal, chegou às bancas exatamente no dia 21 de novembro de 1945 e vendeu mais de 700 mil exemplares. A capa continha uma bela mulher de casaco vermelho e chapéu preto segurando um gato. Um estrondoso sucesso.


A revista chegava ao mercado com a missão de atualizar a mulher e propor ideias para que ela deixasse tudo, do guarda-roupa a casa, muito mais bonito com pouco dinheiro. A escritora e jornalista Françoise Giroud foi quase desde o princípio sua redatora-chefe, imprimindo à publicação uma grande personalidade e estilo. Dois anos depois, Christian Dior mudou a moda com o chamado New Look (Novo Visual), cintura de pilão, seios e quadris em evidência. As páginas da revista são tomadas pela nova silhueta, com vestidos de princesa, saias rodadas e tops justinhos. E a revista retratou tudo isso em suas páginas. Em 1948, surgiu a seção Bon Magique, que trazia roupas e acessórios com ótimos preços. Nos anos de 1960, a estilista inglesa Mary Quant criou a minissaia, um dos maiores hits de todos os tempos. As adeptas da modernidade embarcam nos futuristas Courrèges, Cardin e Rabanne. Yves Saint Laurent modernizou a alta-costura, os seus smokings conviviam com os tailleurs de Chanel. Nascia aí o prêt-à-porter. Em outras palavras, o bom gosto começava a ser acessível e ELLE defendia em suas páginas o exercício de mais ideias do que dinheiro. Foi nesta época que ELLE se tornou um ícone, inclusive na implantação do movimento feminista.


No final desta década a revista lançou sua primeira edição internacional no Japão em 1969. O sucesso da revista era tanto nesta época, que ELLE não teve dificuldade para superar a marca de 1 milhão de exemplares comercializados mensalmente. Em 1981, Daniel Filipacchi e Jean-Luc Lagardère proprietários do grupo Hachette Magazines adquiriram a revista e começaram a expansão da publicação. Esta década foi a época dos exageros. As ombreiras cresceram, as cores eletrizavam, os volumes inflacionavam, os cabelos arrepiaram, o jeans viveu seu boom e os logotipos tomaram conta das peças. Em Paris, os estilistas japoneses resolveram nadar contra a maré e elegeram cores neutras (o preto principalmente) e peças recortadas e sem excessos no acabamento para criticar esse consumo desenfreado. A revista ELLE acompanhou esse turbilhão de mudanças lançando edições pelo mundo afora: Estados Unidos e Inglaterra em 1985, Itália em 1987, Alemanha, China, Suécia, Grécia e Portugal em 1988. A edição brasileira chegou às bancas em alto estilo e auto-estima nacional: capa verde-amarela, em maio de 1988, com Julie Kowarick, fotografada pelo renomado fotógrafo J.R.Duran. O primeiro número apontava o foulard como acessório vedete da estação.


Em 1989 ocorreu o lançamento da ELLE INTERIOR (voltada para decoração), conhecida em alguns países como ELLE DECOR, que atualmente tem circulação em 27 mercados globais e 8.5 milhões de leitores. Uma década mais tarde, em 1999, a marca foi expandida com o lançamento da Elle à table, uma revista de culinária, gastronomia e receitas. No início do novo milênio, em 2001, a marca continuou a diversificação de seu portfólio com o lançamento da revista ELLE GIRL (para um público mais jovem). Além disso, em 2000, finalmente a revista ingressou no mundo digital com o lançamento de seu site na internet. Dinâmico e cheio de estilo traz para as internautas as últimas novidades da moda no mundo, com a cobertura dos principais eventos e todas as tendências de moda e beleza. O site também oferece às suas leitoras, online, blogs das editorias da revista, que disponibilizam dicas de moda, beleza, entretenimento e cultura.


Pouco depois, em 2003, a revista alcançou uma marca histórica: 3.000 edições lançadas desde sua criação. No ano de 2005 a revista celebrou 60 anos. Com o slogan “60 anos de cumplicidade com as mulheres”, lançou no dia 21 de novembro na França uma edição especial comemorativa com quase 400 páginas, nas quais repassava as principais conquistas femininas (que vão desde o direito ao voto e a possibilidade de tomar pílula anticoncepcional até a minissaia e o polêmico topless) e elegeu seus “60 ícones”, entre os quais não havia nenhuma latina. Para refletir esse espírito festivo, a revista trazia na capa um grande bolo de aniversário, cujas velas eram sopradas por Monica Bellucci, Sophie Marceau e Laetitia Casta. Nos últimos anos a ELLE lançou novas edições internacionais na Malásia, Austrália e Cazaquistão.


Em 2015, para comemorar os 70 anos da revista, uma exposição foi montada a céu aberto em plena Avenida Champs-Élysées em Paris. Durante todos esses anos, a revista teve 3.500 capas e 25 delas foram escolhidas para serem expostas entre as árvores de uma das mais belas avenidas do mundo. As icônicas capas marcaram época e representam importantes momentos da história feminina, da moda e do mundo. Passados mais de 70 anos, a revista ELLE conserva a mesma identidade. Hoje em dia, é considerada uma revista trans-geracional, que atinge mães e filhas e cujas páginas publicam trabalhos de estilistas, escritores, fotógrafos e designers dentro de uma perspectiva sofisticada do mundo da moda, da beleza e da cultura pop.


Elle para jovens 
Lançada em agosto de 2001, a ELLE GIRL é direcionada para um público feminino mais jovem (adolescente) com assuntos mais modernos e importantes para o universo delas. A partir de 2006, a ELLE GIRL passou a contar somente com conteúdo digital, na internet e em telefones celulares. Apesar da publicação apresentar um bom desempenho, tanto nas vendas em bancas como em anunciantes, a medida foi tomada em vista das dificuldades em expandir sua influência junto ao público jovem por meio de uma edição impressa. Atualmente a revista possui 12 edições internacionais eletrônicas, e, é divulgada com o slogan “Dare to be different”.


Um ícone da moda 
A história de ELLE se confunde com a da própria moda. Tudo de mais importante do planeta fashion foi clicado pelas lentes da revista e estampou estrondosamente suas páginas: o tailleur Bar de Dior, o smoking de Yves Saint Laurent, a míni, o minimalismo dos anos de 1990, entre outros hits que marcaram época. Folhear cada edição de ELLE é entrar de cabeça na história da moda e do comportamento feminino.


Dados corporativos 
● Origem: França 
● Lançamento: 21 de novembro de 1945 
● Criador: Pierre e Hélène Gordon-Lazareff 
● Sede mundial: Paris, França 
● Proprietário da marca: Hachette Filipacchi Médias, S.A. 
● Capital aberto: Não 
● CEO: Arnaud Lagardère 
● Editor: Roberta Myers (Estados Unidos) 
● Faturamento: Não divulgado 
● Lucro: Não divulgado 
● Edições internacionais: 46 
● Circulação mensal: 1.1 milhões de exemplares 
● Presença global: 60 países 
● Presença no Brasil: Sim 
● Funcionários: 650 
● Segmento: Comunicação 
● Principais produtos: Revista de moda e estilo de vida 
● Concorrentes diretos: W, Harper’s Bazaar, Marie Claire, Vogue, Cosmopolitan, Vanity Fair e InStyle 
● Ícones: O editorial de moda 
● Slogan: If she reads, she reads Elle. 
● Website: www.elle.com.br 

A marca no mundo 
Considerada atualmente a maior revista de moda do mundo, ELLE possui 46 edições internacionais, vendidas em mais de 60 países, tem 69 milhões de leitoras espalhadas pelo mundo e circulação média de 1.1 milhões de exemplares todos os meses (somente na França são mais de 300.000 exemplares). Os assinantes respondem por 73% das vendas da revista. Possui ainda 33 sites globais que atraem mais de 25 milhões de visitantes mensalmente. A vasta maioria de seus leitores é de mulheres (82%) entre 20 e 59 anos. A edição brasileira da revista está sob o comando da editora Susana Barbosa e é feita e distribuída pela Editora Abril, tendo tiragem superior a 80 mil exemplares e milhares de acessos na versão digital. A marca ELLE é licenciada para uma infinidade de produtos, geralmente ligados a moda. 

Você sabia? 
A revista é editada em mais de 28 idiomas como o inglês, francês, espanhol, português, alemão, italiano, holandês, grego, croata, chinês, polonês, russo, japonês, coreano, sueco e turco. 


As fontes: as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa (em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, Newsweek, BusinessWeek e Time), sites especializados em Marketing e Branding (BrandChannel e Interbrand) e Wikipedia (informações devidamente checadas). 

Última atualização em 29/1/2016

Um comentário:

www.befashion.me disse...

Bom post!